Laços de Família vai ter várias tonalidades em suas primeiras semanas. As cores do Rio de Janeiro, da praia, do estilo de vida do Leblon, “aprazível”, na definição de Manoel Carlos, à montanha e o clima campestre do haras – gravado na cidade do Rio.

Mas também do Rio Grande do Sul, onde a equipe foi gravar numa fazenda perto de Porto Alegre (na pequena cidade de Camaquã), com uma luz típica do local.

E também há o colorido do Japão, onde a equipe de 25 pessoas passou 10 dias gravando em Tóquio, Kyoto e Nikko, cidades que misturam passado e futuro num presente único. De prédios arrojados e de arquitetura diferente a templos de cinco séculos de vida, como Asakusa Kannon, na cidade de Tóquio, uma espécie de Nossa Senhora da Aparecida de lá por causa da semelhança de histórias (uma estátua do deus Kanon foi achado num rio por pescadores), o Oriente vai ser mostrado através dos olhares turísticos dos personagens.

Houve gravações na Torre de Tóquio, no templo de Kanda, também na capital; e na cidade de Kyoto, no Palácio de Verão do Imperador, todo recoberto de ouro, construído em 1397 e hoje um templo Budista avaliado em mais de 40 milhões de dólares. Outra cidade turística que os personagens gravaram foi Nikko, a cerca de 200 km ao norte do Tóquio, um santuário transformado em Parque Nacional.

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Nikko foi uma vila famosa, responsável por abrigar os líderes responsáveis pela unificação do país nas guerras do século XVII. Construída por 15 mil artistas, impressiona pela paz e pelas minúcias das construções.

Há também cenas no bairro do lazer, Shinjuku, um conglomerado de prédios totalmente coberto de painéis eletrônicos, neons e anúncios luminosos, onde milhares de pessoas comparecem para as diversões da noite. Todas essas imagens vão estar na novela, intercaladas com cenas que, na história, se passam durante o carnaval no Rio de Janeiro.

Cenas com carros, por exemplo, vão marcar o início da novela. Além da batida entre Helena e Edu, que foi gravada em dois dias e teve que interromper o trânsito com a ajuda de guardas da Cet-Rio, há também uma perseguição que envolveu dias de gravação pelas ruas do Leblon, São Conrado e Barra da Tijuca e ainda um engarrafamento que tinha que “parar” o Leblon, segundo ordens do texto. Assim, parte da avenida Afrânio de Melo Franco foi tomada por 25 carros, ônibus, peruas e inúmeros figurantes. Uma livraria do próprio Leblon também está sendo usada para as gravações – com sua fachada.

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Para produzir tantas minucias, a cenografia, a produção de arte e o figurino estão buscando na riqueza dos detalhes a composição. Tudo precisa ser crível e ter a textura de que já foi vivenciado. Como há muitas cenas da novela na livraria Dom Casmurro, foi construído um cenário idêntico a uma livraria real. A diretora de arte, Ana Maria de Magalhães, conta que são mais de 4000 livros que foram emprestados por editoras, além de um belo busto de Machado de Assis.

Há ainda um cenário externo construído na Central Globo de Produção, que é a floricultura. Ana conta que todas as flores do local são artificiais, mas pela textura e tipo de iluminação que é usada, fotografam perfeitamente como verdadeiras. São mais de 40 arbustos de diferentes cores e tipos – de rosas a lírios, passando por gérberas, margaridas, orquídeas. Além disso, os atores fizeram workshops sobre como lidar com as flores.

Outro cenário que precisou ter um treinamento para os artistas foi a Naturallis, clínica de Helena. No local, lida-se com tratamentos de beleza, de fisioterapia e de acupuntura, por exemplo. No Haras há também a necessidade de profissionais especializados para acompanhar as gravações – no caso, os montadores que dão dicas de como cavalgar melhor aos atores. Alguns nem precisam, como no caso de José Mayer, que monta com perfeição, fruto de tantas novelas em que teve que cavalgar.

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