Justiça tomou decisão em briga por herança de Tim Maia: “Fui enxotado”
04/04/2023 às 8h26
Uma briga nos tribunais chega ao fim. No dia 2 de fevereiro deste ano, a Justiça não reconheceu Léo Maia como filho adotivo do cantor Tim Maia, falecido em 1998, aos 55 anos.
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O processo, feito por Carmelo Maia, herdeiro de sangue do cantor, não é de hoje e vem de uma longa história envolvendo os dois irmãos.
Casos de família
Na década de 1970, Tim Maia se envolveu com Geisa Gomes da Silva. A história de amor foi igual à carreira do cantor: com altos e baixos. Em uma das separações, a mulher engravidou de outro homem. Quando soube que ela estava solteira, Tim decidiu ficar com Geisa e com o filho que ela esperava.
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Quando Márcio Leonardo Gomes Maia da Silva nasceu, Tim comemorou como se fosse seu próprio herdeiro. Depois de dez meses, no mesmo hospital, nascia Carmelo Maia (foto acima), único filho de sangue do cantor com Geisa.
Passados vinte anos da morte do cantor, Carmelo entrou na Justiça contra Léo Maia. A briga era pelo espólio do músico, que seria apenas de Carmelo, uma vez que, segundo a Justiça, ele era o único herdeiro direto de Tim.
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Briga na Justiça
Léo (foto acima) foi criado como um filho pelo cantor, mas nunca foi registrado ou adotado por ele de forma legal. Seguindo a carreira de músico, ele adotou o Maia no sobrenome e passou a se apresentar sempre como filho de Tim. O ápice da briga foi por conta do projeto Tim Maia for Kids, elaborado por Léo em 2018.
Carmelo exigia que Léo não cantasse as músicas de Tim, retirasse a página do evento da internet e, caso descumprisse a determinação judicial, pagasse uma multa de R$ 100 mil reais. A Justiça acatou o pedido, mas permitiu que Léo seguisse cantando os hits do cantor.
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“Vejo essa briga com muita tristeza, porque eu amo os dois incondicionalmente. Não entendo por que o Carmelo está fazendo isso com o Léo”, declarou Geisa à revista Veja em 13 de setembro de 2019.
“Família é bom só em porta retratos”
Essa briga é antiga e teve alguns episódios, como a expulsão de Léo da casa que foi de Tim Maia, no Recreio dos Bandeirantes, bairro do Rio de Janeiro. Carmelo nega essa história.
Toda essa disputa envolve uma grande mágoa de Carmelo (foto acima), que foi criado pela avó e tia.
“Não sinto falta dos meus pais, porque nunca os tive. Fiz trinta anos de terapia por causa disso. Família é bom só em porta retratos”, desabafou.
Segundo Léo, a briga com o irmão surgiu por causa de inveja pelo dom da música que Carmelo nunca alcançou.
“Carmelo foi minha sombra por mais de duas décadas. Ele sempre tentou me destruir por eu ter herdado o dom de cantar do meu pai. É inveja. Mas juro que, se o visse na minha frente agora, eu perdoaria”, disparou.
“O que meu pai fez, a Justiça brasileira não reconhece”
A Justiça ficou do lado de Carmelo: não reconheceu Léo Maia como filho de Tim, mesmo com todas as provas de ter vivido sob o mesmo teto que o cantor durante anos. O filho de sangue se torna o único herdeiro do cantor, tendo total controle sobre seus bens e sua obra.
“Nasci e fui criado dentro dessa família. Não acho justo meu irmão querer me prejudicar. Não devo mais de R$ 3 milhões para ele só porque falei o nome do meu pai. Fui enxotado como se eu fosse um cachorro abandonado. O que meu pai fez, a Justiça brasileira não reconhece”, lamentou Léo ao programa Balanço Geral, da Record, no último dia 2.
Carmelo Maia não se manifestou sobre a decisão da Justiça.