Jovem Pan aposta suas fichas em última cartada para sobreviver

Tutinha, Jovem Pan News

Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha (Divulgação / Jovem Pan News)

A crise no mercado de mídia tem afetado todas as empresas do segmento. Prova disso é a série de demissões realizadas recentemente por veículos como Globo, Record, Band, CNN Brasil e cia.

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Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha (Divulgação / Jovem Pan News)

Com a Jovem Pan News, não é diferente. A crise do canal é ainda mais complexa, já que envolve a debandada de anunciantes oriunda do apoio da emissora ao bolsonarismo, o que a levou a ser acusada de disseminar discursos de ódio e fake news.

Agora, a estação perdeu as verbas publicitárias do governo federal. De acordo com o jornalista Flávio Ricco, do portal R7, o plano da empresa é reverter a desmonetização no YouTube para poder continuar em atividade.

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Demissões

Adriana Reid (Reprodução / Jovem Pan News)

O espectador da Jovem Pan News já deve ter notado mudanças na programação da emissora nos últimos dias. O canal de notícias, que costumava exibir programas ao vivo até o início da madrugada, agora encerra sua grade às 23h.

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Além disso, profissionais como Adriana Reid e Vitor Brown foram dispensados da emissora, que também cancelou a edição diária do jornal Fast News e o Jornal da Manhã – 2ª Edição, que era veiculado pela rádio e plataformas digitais.

De acordo com o site TV Pop, as dispensas não acabaram por aí. A Jovem Pan também demitiu cinegrafistas, produtores e profissionais responsáveis por produzir conteúdo para as redes sociais. Ainda segundo a publicação, a emissora também pretende demitir repórteres veteranos, substituindo-os por profissionais mais jovens e baratos.

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Crise

Thiago Asmar, o Pilhado (Reprodução / Jovem Pan News)

O país vive uma crise geral, e o mercado de mídia vem sofrendo as consequências disso. Com o mercado publicitário retraído, os veículos de comunicação têm faturado menos, o que os obriga a enxugar custos. Daí a quantidade de demissões promovidas por diversas emissoras nos últimos meses.

A Jovem Pan também é afetada por este cenário. Mas, no caso do conglomerado de mídia da família Carvalho, a situação é ainda mais complexa. Isso porque o canal ainda lida com as consequências do apoio à extrema direita, com um conteúdo alinhado ao bolsonarismo.

Durante muito tempo, a Jovem Pan News deu espaço a comentaristas que foram constantemente acusados de espalhar notícias falsas. Além disso, o canal foi alvo de uma investigação ao ser acusado de estimular os atos golpistas de janeiro de 2023.

Fuga de anunciantes

Antônia Fontenelle (Reprodução / Jovem Pan News)

A situação da Jovem Pan News começou a se agravar quando o canal se tornou alvo do movimento Sleeping Giants Brasil, que incentiva que empresas privadas deixem de anunciar em veículos que propaguem discurso de ódio. Por conta da pressão do movimento, grandes marcas optaram por retirar seus anúncios da emissora.

Além disso, a Jovem Pan também sofreu um duro golpe quando o Google deixou de monetizar seus canais no YouTube, que era uma das principais fontes de renda do veículo. Isso aconteceu depois que a empresa internacional promoveu uma investigação interna que apontou mentiras difundidas nos canais do grupo.

Contudo, a expectativa é recobrar, o quanto antes, a monetização do YouTube. Tudo porque a Jovem Pan News, em meio à defesa ao bolsonarismo, perdeu as verbas publicitárias do governo federal. Logo, os ganhos com a plataforma de vídeos se tornaram essenciais para a manutenção das atividades.

Ou seja, agora a Jovem Pan News sofre as consequências das escolhas equivocadas que fez desde que entrou no ar. A emissora até vive uma boa fase na audiência, mas isso não é o suficiente para trazer anunciantes de volta. A crise de imagem da JP é maior do que isso.

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