Renan Cabizuca tinha só cinco anos quando foi escolhido para viver um dos personagens mais importantes de Pantanal: o Jove, na primeira fase do folhetim escrito por Benedito Ruy Barbosa. Ele confessou, em entrevista recente, que sonha em poder voltar a atuar.

O rapaz também contou um fato curioso envolvendo uma cena que gravou com o ator José de Abreu, que atualmente vive o Coronel Tertúlio em Mar do Sertão, nova das seis da Globo (foto abaixo).

Mar do Sertão

Na versão exibida pela Manchete, ele era o filho de José Leôncio (Paulo Gorgulho) e Madeleine (Ingra Liberato). Como o casamento dos dois não deu certo, Madeleine deixou o Pantanal e seguiu para a casa dos pais no Rio de Janeiro levando o pequeno Jove a tiracolo.

O menino foi criado longe de Zé Leôncio. Os dois só se conheceram na segunda fase do folhetim – quando Cláudio Marzo passou a responder pelo fazendeiro e Marcos Winter assumiu o herdeiro.

Carolina Ferraz

Natural de Ramos, Zona Norte do Rio de Janeiro, Renan tinha apenas cinco anos quando foi até a Manchete, após um pedido de sua mãe para uma produtora de elenco. Ele não era a primeira opção para o papel; a primeira criança escolhida, porém, não se adaptou às gravações.

“Eu era um bebezão carismático pra caramba. Ia no colo de todo mundo, batia papo. Tenho fotos com praticamente todo elenco. Depois, fiz um comercial de um parque de diversões no Rio, tentei fazer cursos de teatro em dois momentos distintos, aos oito anos e aos 15, mas foi ficando caro e longe para dar continuidade”, contou Cabizuca ao jornal Extra, de 22 de setembro de 2020.

Medo de José de Abreu

José de Abreu em Sonho Meu

O ex-ator mirim guardou na memória a cena em que teve de jogar suco em José de Abreu – o Gustavo, interesse romântico de Madeleine. Ele ficou com receio de que o colega chamasse a polícia para prendê-lo por conta da ação sugerida no roteiro.

“Eu disse para todo mundo que tinha medo do José de Abreu chamar a polícia para mim (risos). As pessoas no set me tranquilizaram, mas dá para ver que eu joguei e saí correndo, como a cena pedia, mas porque estava realmente assustado”, divertiu-se.

Renan Cabizuca também lembrou com carinho de uma sequência ao lado de Carolina Ferraz, que interpretava Irma:

“Ficou na memória ela, que era minha tia na trama, me colocando para dormir”.

Ele chegou a ser procurado por outro ator do elenco de apoio da primeira versão de Pantanal para um reencontro, com o intuito de celebrar os 30 anos da novela. Com a pandemia de Covid-19, a ideia foi descartada.

“Fico feliz de ter feito parte de uma novela que marcou uma época. Achei bem legal a ideia de fazerem um remake. Mas claro que queria rever mesmo a minha versão. Acho que a qualidade de imagem não seguraria para os dias de hoje”, lamentou.

Sonho de voltar a atuar

Pantanal

Atualmente, Renan trabalha como alpinista industrial. Ele responde pela manutenção de prédios e navios, o que faz com quem passe boa parte do tempo em uma plataforma sustentada por cordas.

“Não tenho medo de altura, pelo contrário. Como sou certificado internacionalmente, posso pendurar de rapel em qualquer lugar do mundo (risos)”, garantiu.

Cassado e pai de três crianças, Renan mantém sua própria empresa, junto de outro sócio. Mas, no fundo, alimenta o sonho de voltar à TV:

“Atuar está um pouco distante agora. Gostaria muito de voltar um dia e sei que se tiver oportunidade me dedicaria muito. Só que antes disso, tenho outras prioridades, como família, educação dos filhos, não dá para parar tudo e investir nesse luxo”.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor