Vivendo longe dos holofotes, Sérgio Chapelin não se manifestou publicamente, mas certamente ficou triste com a partida de Gloria Maria, que nos deixou no início de fevereiro. Eles trabalharam juntos em diversos programas da Globo, como o Fantástico e o Globo Repórter. No entanto, o lendário apresentador recusou ser homenageado pela emissora ao lado de outros colegas do canal.

Sérgio Chapelin e Gloria Maria

É comum na televisão assistirmos grandes despedidas – seja por aposentadoria, como a de Galvão Bueno na final da Copa do Mundo de 2022, ou pela troca de programas, igual a homenagem que o Fantástico fez a Tadeu Schmidt quando ele foi para o Big Brother Brasil.

Mas uma grande figura do jornalismo brasileiro se aposentou e declinou uma honrosa homenagem que seria feita a ele.

Sérgio Chapelin começou na Globo em 1972 e se tornou um dos maiores apresentadores do jornalismo. Esteve a frente, de 1973 a 2019, do Globo Repórter, fez uma parceria histórica com Cid Moreira no Jornal Nacional e comandou o Jornal da Globo no final dos anos 1970.

Após as mudanças, a aposentadoria

Sergio Chapelin

Após a saída de Dony de Nuccio da Globo, em agosto de 2019, o jornalismo passou por mudanças e a aposentadoria de Chapelin foi anunciada. O público, que tinha um encontro marcado toda sexta de noite com o apresentador, foi pego de surpresa.

A emissora planejou uma grande homenagem ao jornalista – uma entrevista no Conversa com Bial, ao lado de Cid Moreira e William Bonner. A ideia era relembrar a carreira de Chapelin e os 50 anos do Jornal Nacional.

Mas, para surpresa de todos, ele declinou o convite.

Sem homenagens, por favor

Jornal Nacional

Segundo o Notícias da TV, no dia 30 de setembro de 2019, ele teria dito que era “avesso a entrevistas” e que teria que frequentar os demais programas da casa. A vontade era fazer a sua despedida na bancada do JN, ao lado de Cid Moreira, da mesma forma que ocorreu em 2015, nos 50 anos da Globo.

Muito se fala de uma certa antipatia de Chapelin por Bonner. O motivo seria a troca na bancada do Jornal Nacional em 1996 – Cid e Sérgio deram lugar ao âncora atual e Lillian Witte Fibe (ambos na foto acima com Galvão Bueno). Naquela época, não houve nenhuma despedida emocionante, apenas o aviso da mudança. O fato foi desmentindo pela direção da emissora.

O descanso merecido

Fantástico

A Globo respeitou a vontade do apresentador, que foi homenageado em seu último Globo Repórter por Gloria Maria e Sandra Annenberg. Uma retrospectiva da carreira de Chapelin foi exibida no momento que ele passava o bastão do programa para as duas colegas.

Ao falar sobre o seu destino, ele afirmou que iria cuidar de seus bichos na fazenda em Itamonte, Minas Gerais, e que iria “viajar um pouco, sem lenço mas com documento”.

Longe da TV, ele fez apenas três aparições: em julho de 2020, para falar da morte do ex-diretor do Fantástico, José Itamar de Freitas, em julho de 2022, para prestar uma homenagem aos 90 anos de Léo Batista; e mais recentemente, para falar dos 50 anos do Globo Repórter.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor