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Jornalista que apresentou jornal sangrando decide levar Globo à Justiça

Iana Coimbra

Iana Coimbra à frente de telejornal na Globo Minas (Reprodução / Globo)

Iana Coimbra, jornalista que deixou a Globo Minas em abril, resolveu processar a emissora alegando discriminação, perseguição e humilhações. Os episódios teriam ocorrido durante as duas gestações de Iana.

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Iana Coimbra à frente de telejornal na Globo Minas (Reprodução / Globo)

De acordo com o portal NaTelinha, que teve acesso ao processo, a profissional, que já havia sofrido assédio ao anunciar a sua primeira gravidez, trabalhou durante a segunda gestação, enquanto sofria sangramentos, para evitar que fosse novamente humilhada.

E não parou por aí… Conforme relatado na ação, ela ainda teve de amamentar a filha em plena rua ao ser colocada como plantonista no Carnaval às 4h, na volta da licença-maternidade.

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Hostilidade

Iana Coimbra ao lado do esposo e da filha, em 2015 (Reprodução / G1)

O processo informa que Iana Coimbra, quando recém-contratada, foi confrontada por Clécio Vargas, então chefe de redação da filial mineira, sobre ter planejado sua entrada na empresa estando gestante.

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Quando a espera pelo bebê veio à tona, a jornalista estava atuando há três meses na Globo Minas. Anteriormente, ela havia sofrido dois abortos espontâneos e enfrentado um câncer.

“A ciência da gravidez deixou a reclamante extremamente sem chão, pois tinha acabado de ser contratada, bem como teria que expor sua intimidade, se sentindo constrangida de comunicar tal fato a reclamada, sendo certo que para a mulher a gravidez expõe a vida sexual da gestante que por muitas vezes sofre conotação pejorativa”, destaca um trecho do documento.

Após comunicar a gestação, Iana passou a sofrer com a hostilidade dos colegas de redação.

Problemas após a licença-maternidade

Iana Coimbra em link ao vivo com Dony de Nuccio no Jornal Hoje (Reprodução / Instagram)

A humilhação prosseguiu após o retorno de Iana Coimbra da licença-maternidade, quando ela foi escalada para plantões em horários complicados e impedida de realizar a amamentação nas dependências da televisão.

“Não oportunizando o direito a amamentação de sua filha. O esposo comparecia a porta da reclamada para que pudesse amamentar a bebê de madrugada dentro de veículo parado na rua. Situação horrível, humilhante e devastadora”, salienta o processo.

O pior ainda estaria por vir. Novamente gestante, Iana fez o possível para não contar o fato aos superiores, chegando a exercer as suas funções normalmente mesmo depois de sofrer sangramentos.

“A reclamante mais uma vez estava diante do abismo, pois já tinha passado pela mesma situação anteriormente, sendo perseguida e humilhada, bem como tinha a convicção de que chances de ser apresentadora efetiva iriam diminuir drasticamente. Mais uma vez os sentimentos como medo, angústia e sofrimento afloraram”, afirma a defesa.

Obrigada a pedir demissão

Iana Coimbra à frente de telejornal na Globo Minas (Reprodução / Globo)

A segunda gravidez, contudo, não ficou escondida por muito tempo. Iana Coimbra procurou Marcelo Moreira, então diretor de jornalismo da Globo Minas. Repórter e apresentadora eventual dos noticiários locais, Iana tomou um balde d’água fria do chefe.

“Nossos planos para você mudam a partir de agora; não posso colocar uma apresentadora grávida na bancada”, teria dito ele.

O texto da ação citou outros episódios degradantes durante e depois da gestação.

“Diante das situações vivenciadas foi ‘obrigada’ a pedir demissão do emprego”, esclarece o material.

Procurados, nem a emissora, nem o advogado da comunicadora, André Fróes, comentaram o caso.

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