Para compor suas tramas, alguns autores de novelas se inspiraram em clássicos da Sétima Arte. Seja no núcleo principal, parte da história ou o enredo completo, os filmes foram essenciais para a composição de várias novelas.

Vamos conhecer algumas?

ENCONTRO DE AMOR – Una Maid in Manhattan (2011)

O longa “Encontro de Amor” protagonizado pela atriz e cantora Jennifer Lopez – coringa da Sessão da Tarde -, inspirou a novela “Una Maid en Manhattan”, produzida pela Telemundo em 2011. O título da novela, inclusive, faz referência ao título em inglês do filme protagonizado por Lopez, “Maid in Manhattan”.

Na história, Marisa (Litzy Domingues) é uma moça pobre que se muda com seu filho para Manhattan em busca de novas oportunidades e uma vida melhor. Ela conhece um jovem chamado Cristóbal Parker (Eugenio Siller), filho de um senador e herdeiro de uma grande fortuna. É aí que sua vida muda completamente.

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AMOR DE MÃE – Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento (2000)

Na novela de Manuela Dias, a personagem Vitória (Taís Araújo) é uma renomada advogada e um dos seus trabalhos é defender pessoas que adoeceram ou perderam parentes por causa do envenenamento das águas de Guaporim. As cenas dela com os moradores remeteram ao filme Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento (2000).

A produção estrelada por Julia Roberts retratou a história real de Erin Brockovich. Mãe de três filhos, ela trabalhava em um escritório de advocacia quando descobriu que a água de uma cidade estava sendo contaminada e espalhando doenças. No Twitter, muitos usuários apontaram as semelhanças entre a novela e o longa-metragem.

ÊTA MUNDO BOM – Candinho (1954)

A trama de Walcyr Carrasco, reprisada com êxito no Vale a Pena Ver de Novo recentemente, é inspirada no filme “Candinho”, de Abílio Pereira de Almeida, com data do ano de 1954.

Protagonizado pelo lendário Mazzaropi, o longa deu fama ao ator, que assumiu o papel do “caipira”, tornando-o sua marca registrada.

A estrutura do filme é basicamente a mesma da novela, com algumas alterações. No filme e na novela, a Fazenda Dom Pedro II é o cenário onde o protagonista é encontrado. Ele cresce e se envolve com a filha do fazendeiro Quinzinho, Filoca (que na novela virou Filomena), mas logo é expulso de casa.

Todos na fazenda são influenciados pela sabedoria do professor Pancrácio, hóspede de Quinzinho, que ensina à Candinho sua filosofia de vida: tudo que acontece de ruim é para melhorar a vida da gente, que ele sempre repete como um ditado.

Uma das grandes diferenças entre as tramas é a ausência de Anastácia no filme. Por lá, a mãe de Candinho morreu após o nascimento dele e descobre-se que possui parentesco com Quinzinho, tornando-se herdeiro da fazenda. A cena final da novela é uma homenagem explícita ao filme de Mazzaropi.

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O OUTRO LADO DO PARAÍSO – Kill Bill (2003)

Em entrevista ao O Globo antes da estreia da novela, o diretor Mauro Mendonça Filho afirmou que a novela de Walcyr Carrasco era inspirada no filme dirigido por Quentin Tarantino. “Essa vingança tem como inspiração ‘Kill Bill’ (de Quentin Tarantino). Eu fiz as contas: Clara vai querer dar o troco em sete pessoas, o que é meio cabalístico. Estamos num momento em que as mulheres têm dado um basta nos abusos, no machismo. O retorno é histórico”, disse Maurinho na época.

Na história, Clara (Bianca Bin) é uma moça que vive sob uma mina de esmeraldas no interior do Tocantins. Ela se envolve com Gael (Sérgio Guizé) e desperta a fúria e ganância da mãe do rapaz, Sophia (Marieta Severo).

No decorrer da trama, Clara é vítima de uma armação e terá que se vingar de um grupo de pessoas que a mandaram para um manicômio.

O OUTRO LADO DO PARAÍSO – Madame X (1966)

Ainda em O Outro Lado Paraíso, outro filme serviu de inspiração para um dos núcleos da novela. A história de Elizabeth (Glória Pires) é baseada no longa Madame X, protagonizado por Lana Turner em 1966.

Na novela de Walcyr Carrasco, Elizabeth (Gloria Pires) é uma mulher de origem humilde que se casou com um diplomata, Henrique (Emilio de Mello), com quem tem a filha Adriana (Julia Dalavia).

Seu sogro, Natanael (Juca de Oliveira), julga que ela não está à altura do filho e da posição de embaixatriz. Por isso, arma uma armadilha para ela. Com a ajuda de Jô (Barbara Paz), Natanael consegue que Elizabeth se aproxime e se envolva com Renan (Marcello Novaes). O empresário, porém, morre acidentalmente diante dela. O sogro aproveita a situação para chantageá-la e a convence a forjar a própria morte para não ser presa.

Roteiro parecido com o filme Madame X: Holly (Lana Turner) casa-se com um milionário com aspirações políticas, despertando a fúria de sua sogra Estelle (Constance Bennett). Através de armações da sogra, Holly se envolve com um homem e ele acidentalmente morre. Chantageada, ela abandona o marido e filho e foge.

Curiosamente, nas duas histórias um passeio de barco é usado para forjar a morte das personagens. Outro fator que as une é que ambas enfrentam problemas com álcool no decorrer de suas tramas.

Outro ponto também é semelhante nas tramas. No futuro, elas serão defendidas por seus próprios filhos: Elizabeth – que agora é Duda, terá ajuda de Adriana, sua advogada que é, na verdade, sua filha. Holly, que muda de nome para Madame X, também é defendida por um advogado jovem e idealista, que sente por ela um grande afeto – seu filho.

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E aí, lembra de outra novela que foi inspirada em algum filme?

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Alexandre Pequeno é jornalista e apaixonado pelas novelas brasileiras desde a infância. A paixão foi tanta que seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi sobre a novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos. Em 2018, lançou o canal Novelando, onde aborda, de forma bem humorada, sobre as tramas que marcaram a história da TV. Já publicou contos e crônicas em antologias nacionais Leia todos os textos do autor