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Semana #8
Dois fatos marcaram a oitava semana de Pantanal: a “emancipação” de Maria e a morte de Madeleine.
Como Madeleine morreu no capítulo de sábado e os desdobramentos seguem na semana que vem, deixo-a para a próxima review e me atenho agora a Maria, personagem que vem encantando o público.
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Pantanal é uma obra calcada em tramas e personagens ricos, capazes de encantar o espectador de várias formas, de despertar identificação, simbiose, paixões. Maria é uma das mais atraentes personagens da novela.
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Sua história e seu perfil despertam compaixão: uma mulher submissa que sempre viveu dependente e à sombra do marido machista, que a oprime com um apelido depreciativo, horroroso: Bruaca.
Maria aceita passivamente porque mal conhece o amor, porque sua autoestima é baixa e porque, talvez, tenha sido tratada a vida toda dessa forma, até por seus pais.
Ao descobrir que Tenório tem outra família, Maria, após anos de desprezo e negação de amor (e de sexo), raciocina pela primeira vez e cai em si.
As sequências em que a personagem se nega a fazer as atividades domésticas para o marido e o afronta são mais que divertidas: são um deleite para o público, a catarse esperada. Espelhando-nos na personagem, vamos à forra com ela.
E o que dizer de Isabel Teixeira senão que ela está maravilhosa! Já dava para sentir em Amor de Mãe, quando a atriz viveu a divertida Jane, a médica “maluquete” amiga de Thelma (Adriana Esteves). A atriz também pode ser vista na série Desalma, disponível no Globoplay, em uma personagem completamente diferente das citadas.
Isabel é filha do músico cantor e compositor Renato Teixeira, que, por sua vez, fez uma participação especialíssima no capítulo de segunda-feira, como o peão Quim, que canta no violão uma bela canção para o amigo que morreu (Tião) e em seguida parte também.
Outra participação da família Teixeira em Pantanal: Chico, também filho de Renato Teixeira, irmão de Isabel, que na primeira fase foi o Quim mais novo, papel de seu pai na fase atual.
A trama avança
– Zé Lucas de Nada chegou à novela e Irandhir Santos em nada lembra seu personagem da primeira fase, o velho Joventino. Claro que a caracterização ajuda, mas de nada serviria se não houvesse um grande ator por trás.
Para sublinhar a diferença entre os dois personagens, o velho Joventino ressurgiu, em outro capítulo, quando o Velho do Rio explicava a Jove como domar um boi marruá.
Anotei uma fala de Zé Lucas, no capítulo de sexta-feira, em uma conversa com sua avó:
“Como a senhora explica Deus criar um país tão grande e tão rico e entregar a chave na mão de bandidos?”.
– A trama avança em um ritmo ótimo. Nesta semana, além da aparição de Zé Lucas, a morte de Madeleine e a desforra de Maria, ficamos sabendo que Alcides foi trabalhar para Tenório com segundas intenções, já que o considera responsável pela morte de seus pais no Sarandi, e também pela morte do irmão de Juma, naquela ocasião.
– Muda revela a Levi os motivos que a levaram ao Pantanal: vingar a morte de seus pais, pela qual culpa a família Marruá. Levi até propõe matar Juma para fugir com Muda depois.
– Excelente a cena em que Madeleine e Irma têm uma discussão homérica – quando Irma deixa escapar que esteve no passado no Pantanal e Madeleine conclui que a irmã dormiu com Zé Leôncio.
Camila Morgado e Karina Telles entregaram uma das melhores cenas da novela.
Acho uma pena Madeleine morrer. Na trama original, a morte da personagem foi uma imposição, já que sua intérprete, Ítala Nandi, precisou sair da novela.
Gosto mais do desfecho em que Madeleine é resgatada e cuidada pelo Velho do Rio e tem sua vida transformada após o acidente. Vamos aguardar para ver se a personagem morreu mesmo…
– Filó está bem chateada com a presença de Irma no Pantanal. Só que Irma esta está prontinha para formar um novo par romântico na novela: com o peão Trindade.
– Calientes as cenas de amor de Guta e Tadeu. Ainda bem que a novela atual não apostou no erotismo, senão seria apelidada de Surubão do Pantanal (o que não seria nada mal).
– As cenas em que Jove ensina Juma a ler e escrever são puro lirismo.
Em direção ao penhasco
– Na quarta-feira, houve um excelente diálogo quando Tenório propõe a Zé Leôncio montar um garimpo e explorar madeira. Zé refuta veementemente:
“O amigo não sabe que é proibido por lei explorar madeira e garimpo?”.
Tenório responde:
“É que, se jogar pela lei, o país anda pra trás! Eu nunca entendi pra quê tanta fiscalização, pra quê gerar tanta multa pra essa gente que só quer gerar riqueza pra esse país, pra fazer esse país andar pra frente…”.
“Só se for em direção ao penhasco”, finalizou Zé Leôncio.
Na novela, por várias vezes Tenório reproduziu as falácias de quem defende o desmatamento e a exploração do meio-ambiente em nome de um suposto “progresso para o país”, quando na realidade o que se visa é o enriquecimento fácil dos investidores. Cai quem quer.