A atriz Elizângela envolveu-se em mais uma polêmica relacionada à Covid-19. Ela perdeu um dos papéis de Travessia, atual novela das 21h, por se recusar a tomar a vacina contra a doença que já matou quase 700 mil brasileiros. Elizângela, aliás, chegou a ficar internada em estado grave quando acometida pelo coronavírus.
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Em janeiro deste ano, meses após o início da campanha de vacinação, a veterana foi encaminhada ao hospital de Guapimirim (RJ) por comprometimentos ligados à Covid-19.
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Ela chegou à unidade de saúde em estado grave, mas não precisou ser entubada. Assessor da prefeitura do município, Richard Équel confirmou, em vários veículos, que a atriz não havia tomado nenhuma dose do imunizante.
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Apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, também negacionista, Elizângela realizou postagens em redes sociais ironizando as medidas de restrição necessárias para evitar o contágio da doença e relacionou a campanha em prol da vacina ao estupro.
“Penetração forçada sem consentimento… É estupro”, dizia a imagem publicada por ela, que, na legenda, debochou ao usar uma frase ligada ao combate à violência sexual: “Meu corpo, minhas regras”.
Após a alta, a atriz precisou fazer uso temporário de oxigênio.
Fora do ar
Por conta da decisão de não se vacinar, Elizângela, de 67 anos, deixou o elenco de Travessia. A novela de Gloria Perez substituiu Pantanal no início de outubro. De acordo com a coluna de Gabriel Perline no portal IG, Gloria convidou a atriz para a produção, mas a Globo vetou por não permitir não-vacinados em suas dependências – minimizando, desta forma, os riscos de contaminação e de casos graves.
Procurado pela coluna, o empresário Lauro Santanna confirmou que Elizângela foi convidada pela autora quando a obra estava em fase de desenvolvimento. Contudo, o tempo foi passando e ela não foi mais procurada pelos envolvidos no projeto. Quando questionado sobre a possível imunização da veterana para o trabalho, Lauro encerrou a conversa.
Trajetória de sucesso
Elizangela iniciou a carreira ainda criança, como co-apresentadora do infantil Capitão Furação (Globo, 1965). Na década seguinte, ela marcou presença em várias produções de dramaturgia da emissora: O Cafona (1971), Bandeira Dois (1972), Cavalo de Aço (1973), Pecado Capital (1975), Locomotivas (1977), Te Contei? (1978) e Feijão Maravilha (1979).
Em 1986, após a conclusão dos trabalhos de Roque Santeiro, migrou para a Manchete. O protagonismo de Tudo ou Nada, porém, não rendeu frutos. Sem trabalho e sem dinheiro, a atriz perdeu os poucos recursos que tinha quando Fernando Collor de Melo, então presidente da República, confiscou a poupança de muitos brasileiros. Ela falou a respeito em entrevista à revista Quem, em 2008:
“Nada mais aconteceu para mim, nem na Manchete, nem a Globo. Foi muito duro, uma fase negra. Nessa época, produzi um espetáculo, e a peça foi bem até que o ex-presidente Collor fazer o confisco. Perdi tudo”.
Em 1992, Elizângela pediu um papel para os diretores da casa em que estreou, voltando à TV em grande estilo, como a Rosemary Pontes de Pedra Sobre Pedra. Depois, passou pelo SBT, em Éramos Seis (1994) e As Pupilas do Senhor Reitor (1995). Ainda, Por Amor (1997), O Clone (2001), Senhora do Destino (2004), A Favorita (2008) e Tititi (2010).
Ela seguiu para a Record em 2016, atuando em A Terra Prometida. Em sua última passagem pela Globo, a veterana emocionou o país como Aurora, mãe de Bibi Perigosa (Juliana Paes), em A Força do Querer (2017).