Desde que estreou na Globo há 22 anos, Walcyr Carrasco fez história no horário das seis, emplacando sucessos incontestáveis como as novelas O Cravo e a Rosa (2000), Chocolate com Pimenta (2003), Alma Gêmea (2005) e Eta Mundo Bom! (2016), que foram reprisadas várias vezes na TV aberta e também pintaram na tela do VIVA.

Dito isso, a Globo, cansada de sofrer pela liderança da RecordTV na faixa após o Jornal Hoje, escalou a história de Catarina e Petruchio para alavancar a audiência do canal no horário. A estratégia deu certo e, assim, logo em seguida, Ana Francisca e os seus bombons tomaram conta do horário como substituta.

O fato é que essas reprises em sequência evidenciam as semelhanças entre os dois clássicos e as comparações são inevitáveis. Núcleo rural, guerras de comida e bordões divertidos são características únicas do autor, que ambientou as duas tramas nos anos de 1920.

Relembre alguns dos personagens das obras de Walcyr Carrasco que possuem semelhanças entre si:

Mimosa e Dona Mocinha

Suely Franco

Em primeiro lugar, ambas são consideradas o braço direito das protagonistas. Mimosa é a governanta da casa e a pessoa que praticamente criou Catarina (Adriana Esteves), sendo até uma referência materna dela e de sua irmã, Bianca (Leandra Leal), que perderam a mãe muito cedo.

Já Dona Mocinha (Denise Del Vecchio) é a babá do filho de Ana Francisca (Mariana Ximenes), relação essa que também é envolta em sentimentos maternais. As duas se tornam grandes amigas e, depois, passam a ser da mesma família quando Mocinha se casa com Margarido (Osmar Padro).

Calixto e Margarido

Pedro Paulo Rangel

Calixto (Pedro Paulo Rangel) é empregado de Petruchio e o braço direito do rabugento no comando da fazenda em que vivem. Já Margarido (Osmar Prado) é um homem simples e honesto que faz de tudo pela sua família.

São duas boas representações de um típico homem caipira.

Bianca e Celina

O Cravo e a Rosa

Solteiras, apaixonadas e que sofrem as consequências dos atos de terceiros. É isso que liga as duas mocinhas das tramas, evidenciando o comportamento da época.

Bianca (Leandra Leal) sonha em se casar, mas é impedida por dois motivos: primeiro, porque sua irmã mais velha está solteira e precisa se casar antes dela; depois, pela repressão causada pelo seu pai, que não aceita o seu amor com o professor Edmundo (Ângelo Antonio) devido a sua classe social, tida como inferior.

Por sua vez, Celina (Samara Felippo) é uma das mocinhas mais injustiçadas de Chocolate com Pimenta. Apaixonada por Guilherme (Rodrigo Faro), também sofre na mão do pai, que não aceita seu sentimento e, para piorar, comete o inimaginável: após uma série de irresponsabilidades, perde a filha em uma aposta e a pobre moça tem que se casar com o pão duro Conde Klauss (Cláudio Correa e Castro), um homem mais velho de quem sente nojo.

Neca e Dália

As duas dividem o título de caipiras solteironas das duas novelas. Neca (Ana Lúcia Torre) apresenta um comportamento mais rabugento e despeja suas frustrações para cima de Mimosa.

Dália (Carla Daniel) é uma caipirona mais tímida, que foi abandonada no sítio quando ainda era um bebê, sendo criada pela família da protagonista. Sonhadora, sempre se lamenta por não conseguir um pretendente para se casar.

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