Cláudia Jimenez nos deixou recentemente, aos 63 anos. A atriz, que enfrentou problemas de saúde nos últimos anos, teve inúmeras personagens de sucesso nos programas e novelas da Globo, mas também passou por algumas situações complicadas na emissora.

Sai de Baixo

Uma delas foi a traumática exclusão da personagem Edileuza do Sai de Baixo, ocorrida após o sucesso da primeira temporada, em 1996. Cláudia deu entrevistas reclamando de algumas piadas ofensivas e disse que a qualidade do texto estava caindo a cada episódio.

“Era mais fácil se livrar de mim”

Sai de Baixo

Uma das reclamações da atriz eram as ofensas: apelidos como “rolha de poço” e “supositório de baleia”, entre outros, faziam parte do roteiro. Nani, um dos roteiristas, afirmava que essas piadas não estavam no script e o responsável era o improviso de Miguel Falabella, embora todos os atores respeitassem o texto.

“Eu disse para o Daniel Filho que não iria aceitar mais determinados xingamentos, que eu não aceitaria mais ser chamada de supositório de baleia. Trabalhei três anos com o Jô Soares num programa chamado Viva o gordo e nunca fui xingada. Trabalhei 12 anos com o Chico Anysio e nunca fui xingada e não entendia por que esse programa vivia disso, por que tinha que ter essa coisa tão agressiva”, explicou a atriz ao JB.

Em janeiro de 1997, o diretor pediu a cabeça da atriz ao vice-presidente de operações, Boni. Ela havia irritado os diretores, em alguns casos até se recusando a dizer algumas falas do roteiro, além de tecer críticas ao programa abertamente. Por tudo isso, Edileuza foi dispensada do Arouche.

“Eu fui comunicada que saí do programa. Era mais fácil se livrar de mim do que reformular o programa”, decretou a atriz.

“Mesmo que eles queiram que eu volte, eu não volto jamais. Comigo, o Eduardo Figueiras, produtor do programa, me disse para ficar tranquila porque essa decisão não é definitiva. Mas para mim é. Eu jamais vou pisar de novo neste programa, pra mim acabou”, completou.

“Mereço mais respeito”

Papo de Anjo

Na própria Globo, ela teve mais alguns dissabores. Em 2003, a Globo decidiu que ela teria um quadro no Fantástico, chamado Papo de Anjo. No final do ano, o quadro acabou virando um especial, testado para uma possível vaga como série fixa em 2004.

Nada feito. O projeto foi engavetado e o quadro na revista dominical acabou sendo atropelado por As 50 Leis do Amor, que estreou em abril daquele ano.

Chateada, a atriz botou a boca no trombone:

“Soube disso tudo pelos jornais. Acho que mereço mais respeito, mas não vou ensinar ética para ninguém. Fico aqui, triste em minha casa”, disse Cláudia à Folha de S.Paulo.

Mais casos

Claudia Jimenez

Vale lembrar também outras tentativas frustradas de emplacar trabalhos no canal: a atriz ficou dois anos longe da Globo nos anos 1990, antes do sucesso no Sai de Baixo, porque deixou a Escolinha do Professor Raimundo e queria estrelar uma sitcom.

Em 2006, a emissora queria que a atriz estrelasse um programa ao vivo e com platéia, que não foi para frente. Antes disso, outro projeto fracassado foi Batalha de Arroz num Ringue para Dois, que concorreu à vaga do próprio Sai de Baixo quando o humorístico foi extinto, em 2002.

Mais recentemente, em seus últimos anos de vida, a atriz acabou fora de algumas novelas por conta dos problemas de saúde, como Deus Salve o Rei e Salve-se Quem Puder. Seu último trabalho acabou sendo em Haja Coração (2016).

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