Atualmente brilhando na Globo, onde comanda o Caldeirão com Mion, Marcos Mion fez um balanço de sua carreira nas emissoras que já passou e contou detalhes do início da sua vida artística. Ele enfrentou dificuldades para imprimir uma linguagem mais informal e descontraída num programa que apresentou na MTV.

Marcos Mion no comando do Caldeirão
Marcos Mion no comando do Caldeirão (reprodução/Globo)

“Eu pensava: ‘Sou o pior apresentador da TV brasileira, tudo que eu faço é tosco, não sei o que estou fazendo aqui’”, disse o artista, referindo-se ao programa Piores Clipes do Mundo, exibido entre 2000 e 2001.

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Anarquia

Marcos Mion e Victor Coelho (Mionzinho)
Marcos Mion e Victor Coelho, o Mionzinho (reprodução/TV)

O depoimento de Marcos Mion rolou durante o painel realizado na CCXP Worlds, tradicional evento geek que foi realizado online em 2020. Nesse mesmo evento, outros ex-VJ’s também relembraram suas experiências.

O programa em questão baseava-se em Mion analisando os videoclipes da emissora e zoando todos os detalhes possíveis. Ele disse ter criado um personagem mais sem freio, mas mesmo tendo carinho pela atração, afirma que ela não poderia existir hoje em dia.

“Eu queria quebrar todos os paradigmas, destruir todas as barreiras, seja quarta parede, seja uma ordem do que não pode falar, um artista que não podia cutucar, eu queria quebrar tudo isso. Aquele tipo de approach [abordagem], texto, programa, hoje em dia provavelmente estaria fora do ar”, disse o ex-apresentador da Record.

“Tenho muito orgulho [do que vivi], mas a gente tem que entender que a ignorância em relação ao respeito ao próximo, misoginia, transfobia, racismo, eram termos que naquela época eram muito pouco praticados. Falo isso de coração aberto, hoje é inaceitável. Na época, muitas vezes a gente trabalhava em cima da ignorância, e a gente tem que ter um olhar evolutivo. O Piores era uma coisa anarquista, foi muito bom, marcou minha vida. Mas eu vejo hoje [o programa] dentro de uma caixinha, a gente tem que evoluir com isso”, afirmou.

Quadro inesquecível

Descontrole - Marcos Mion
O apresentador Marcos Mion no Descontrole (divulgação/Band)

Na mesma conversa, Marcos Mion considerou que sua evolução pode ser vista em seu trabalho. Na época, ele comandava o quadro Vale a Pena Ver Direito, que começou no Legendários e migrou para A Fazenda. E nada mais era que uma versão “melhorada” do Piores Clipes.

“Ao longo dos anos fui aprimorando a essência que hoje é o Vale a Pena Ver Direito. Esse sim é um formato que vai viver pra sempre. É um cara de 40 anos, entendendo o que é um humor do bem. Estava na hora de a gente parar de rir das pessoas e rir com as pessoas. Virou um humor muito saudável. É um quadro que vou fazer pelo resto da minha vida”, prometeu.

Desde que assumiu o comando do Caldeirão, em 2021, Mion levou esse formato bem-sucedido em suas passagens pela MTV, Band e Record, e que agora se chama Isso a Globo Mostra. No quadro, ele analisa cenas de programas e novelas da Globo.

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Sonho de consumo

Caldeirão - Dani Calabresa, Jojo Todynho, Lucio Mauro Filho, Luís Miranda, Marcos Mion, Mariana Santos e Welder Rodrigues
Marcos Mion e o time do quadro ABC do Mion, do Caldeirão (Manoella Mello / Globo)

Mion ainda revelou que sonha em se tornar dono de todo o antigo acervo da MTV Brasil, que foi encerrada em 2013.

Ele confessou que gostaria de digitalizar tudo e disponibilizar de alguma forma para o público curtir a nostalgia de um canal que marcou uma geração.

“Eu queria muito comprar o acervo. Se eu fosse tipo Faustão, Luciano Huck, tinha comprado até o prédio [que servia como sede para a MTV]. Mas o acervo é algo que a gente tinha que ficar de olho, se conseguisse digitalizar… Pretendo ter ainda algumas movimentações. É nossa vida, está tudo lá. MTV é o único logo que eu cogito tatuar na minha vida’, disse Mion.

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