André Santana

Em outubro, Pantanal dará espaço a Travessia, de Gloria Perez, no horário nobre da Globo. Na sequência, virá Terra Vermelha, título ainda provisório da próxima novela de Walcyr Carrasco. Porém, ainda não se sabe qual trama virá na sequência. Trata-se de um mistério que ronda os bastidores da Globo. A emissora estaria em dúvida se produz uma trama inédita ou um remake, como A Viagem ou Renascer.

A Viagem

Até aqui, havia mais uma produção engatilhada para o horário das nove da Globo. Chamada de O Grande Golpe, a trama daria início a uma parceria entre Ricardo Linhares e Maria Helena Nascimento. O veterano Linhares, que nos últimos anos emplacou trabalhos com o saudoso Gilberto Braga, desenvolveu uma sinopse com Nascimento, colaboradora experiente que teve sua estreia como autora solo na simpática Rock Story (2016).

Porém, no momento, O Grande Golpe ainda não foi anunciada oficialmente como a substituta de Terra Vermelha. Por conta disso, ainda não dá pra cravar qual será a novela das nove que a Globo exibirá a partir do segundo semestre do ano que vem. Aliás, uma indefinição que não combina com o histórico de planejamento da Globo.

Falta de autores

Manoel Carlos

É evidente a falta de autores experientes para o horário nobre da Globo. A emissora não conta mais com nomes como Aguinaldo Silva, Manoel Carlos, Silvio de Abreu e Gilberto Braga, os grandes medalhões do horário nobre. Com João Emanuel Carneiro no Globoplay, “sobram” apenas Gloria Perez e Walcyr Carrasco, justamente os próximos da fila.

Neste contexto, o início da parceria entre Ricardo Linhares e Maria Helena Nascimento seria interessante. Os dois autores são experientes e têm um estilo que os colocam como uma espécie de sucessor natural de Gilberto Braga. Um eventual sucesso de O Grande Golpe os colocaria num lugar de destaque no horário nobre da Globo.

Caso contrário, a Globo teria que dar uma nova chance às mais recentes estreias do horário, Manuela Dias e Lícia Manzo. Porém, a primeira trabalha numa continuação da série Justiça, enquanto a segunda tem chances de emplacar uma nova novela das seis.

Com isso, a saída seria promover mais um novo nome para o horário nobre. Daniel Ortiz, Alessandra Poggi e Thelma Guedes seriam algumas das opções disponíveis no momento. A não ser que o canal recontrate alguns veteranos atualmente no mercado, como Lauro César Muniz, Marcílio Moraes ou o próprio Aguinaldo Silva.

A Viagem, Renascer ou outro remake?

renascer marcos palmeira antonio fagundes

Porém, é inegável que o sucesso de Pantanal quebrou um tabu na Globo. A emissora não era adepta de remakes em seu horário mais nobre, preferindo produzir novas versões de clássicos para o horário das seis e das sete.

Mas, com o êxito da história de Benedito Ruy Barbosa, essa “regra” caiu por terra. Não seria de se estranhar se a Globo voltasse a apostar num remake na faixa das nove.

Nos últimos dias, surgiram boatos de que a Globo planejava um remake de A Viagem para a faixa das seis. Seria a terceira versão do clássico de Ivani Ribeiro, que já foi produzida pela Tupi e pela própria Globo.

Apesar de a Globo negar, trata-se de uma ideia interessante. E que poderia – por que não? – funcionar justamente no horário das nove. A Viagem tem o tom de drama necessário para segurar o público no principal horário de novelas da emissora.

Seria uma aposta segura e, ao mesmo tempo, ousada e surpreendente. A Viagem reúne os ingredientes necessários para se tornar um grande sucesso do horário nobre da Globo.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor