Indenização: Globo foi condenada após morte de artista em gravação
26/08/2023 às 13h14
Grande sucesso da Globo em 2000, A Muralha contou com elenco recheado de estrelas, como Tarcísio Meira, Letícia Sabatella e Alessandra Negrini, além de coadjuvantes que roubaram a cena, como Ada Chaseliov (foto abaixo) e Matheus Nachtergaele, entre outros.
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Mas, apesar do sucesso, a atração, lançada como parte das comemorações dos 35 anos da emissora e dos 500 anos do descobrimento do Brasil, também foi marcada por uma tragédia em seus bastidores, que acabou rendendo um processo contra a Globo.
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O amor e os bandeirantes
A trama escrita por Maria Adelaide Amaral conta a história de amor entre Beatriz (Leandra Leal), Tiago (Leonardo Bricio) e Isabel (Alessandra Negrini), usando como pano de fundo a época em que os bandeirantes desbravaram São Paulo e bateram de frente com o reino de Portugal.
A muralha era a serra que se tornou um grande obstáculo dos bandeirantes, que caçavam terras, exploravam suas riquezas e escravizavam os indígenas.
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A minissérie, que entrou no ar no dia 4 de janeiro de 2000, foi gravada ao longo do ano de 1999. Muitas cenas da trama foram filmadas no município de Alto Paraíso, que fica em Goiás. A produção contou com inúmeros profissionais, incluindo figurantes.
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A tragédia no rio
Letícia Sabatella e Tarcísio Meira em A Muralha (divulgação/Globo)No dia 13 de setembro de 1999, durante uma pausa das gravações, a produção da minissérie autorizou os figurantes a tomarem banho no Rio Paranã, que ficava bem próximo do local em que as cenas eram rodadas.
Uma pessoa que fazia parte do elenco de figuração, e que tinha apenas 18 anos, mergulhou no rio e acabou sendo levada pela correnteza. O homem morreu afogado, sem chance de ter sido salvo por conta da violência do rio.
Processo na justiça
Tarcísio Meira em A Muralha (reprodução/Globo)A mãe do rapaz entrou na Justiça contra a emissora, exigindo uma indenização por reparação de danos. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios condenou a emissora a pagar 50 mil reais por danos morais e uma pensão até a mulher completar 65 anos, o valor de dois terços de um salário-mínimo – tudo teria que ser pago contando a data da morte do rapaz.
Em 2010, a Globo recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que o figurante entrou no rio por conta e risco, e que no momento do acidente, nada estava sendo gravado.
Mas a Quarta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve a multa e a pensão. O promotor do caso disse que a Globo tinha total responsabilidade por seus contratados, e que o homem entrou no rio sem ser avisado dos riscos daquela atitude.
Para que a Globo continuasse condenada, o magistrado afirmou que a emissora não seguiu as leis, que assegura a responsabilidade da empresa na “redução dos riscos inerentes ao trabalho”. A emissora foi condenada e não recorreu mais.