Indefinição envolvendo personagem cansa o público em Vai na Fé

Samuel de Assis (Ben) e Carolina Dieckmann (Lumiar) em Vai na Fé

Samuel de Assis (Ben) e Carolina Dieckmann (Lumiar) em Vai na Fé

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Uma grande questão intriga o público de Vai na Fé: afinal, qual é a de Lumiar (Carolina Dieckmann)? A advogada é ou não é a grande vilã da novela das sete da Globo? As atitudes controversas da ex-mulher de Ben (Samuel de Assis) têm dado um verdadeiro nó na cabeça dos espectadores.

Divulgação / Globo

Justamente por ser uma personagem de difícil definição, Lumiar está cansando parte do público da trama de Rosane Svartman. Nas redes sociais, há duas torcidas: uma delas defende que Lumiar vire uma vilã de vez, enquanto a outra acha que ela não deveria enveredar para as maldades.

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Curiosamente, os dois lados se mostram insatisfeitos com os rumos da personagem.

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Vilã pela metade

Reprodução / Globo

No início de Vai na Fé, Lumiar não tinha perfil de vilã. A personagem vivia um casamento aparentemente feliz com Ben, era bem quista por seus alunos na faculdade de Direito e se revelou ótima advogada ao defender até mesmo a famosa atriz Alexia Máximo (Deborah Secco).

No entanto, aos poucos, ela foi mostrando que não era tão boazinha assim. Ao mesmo tempo em que cultivava uma relação problemática com os pais, Dora (Claudia Ohana) e Fabio (Zécarlos Machado), Lumiar também foi capaz de esconder vários segredos de Ben.

Ela desaprovava todos os sonhos do marido, que desejava ter um filho e viajar a bordo de um trailer. No entanto, nunca teve coragem de admitir isso e, deste modo, o enrolava com várias mentiras. A situação piorou quando a advogada percebeu que o marido estava prestes a se reencontrar com Sol (Sheron Menezzes), seu grande amor do passado. Ela começou a agir para impedir esta reaproximação.

No limiar

Reprodução / Globo

Com o perdão do trocadilho, Lumiar ficou no limiar da vilania enquanto tentava manter Ben longe de Sol. Tanto que ela se aliou a Theo (Emilio Dantas, foto acima) numa armação para evitar o reencontro dos pombinhos. Mas, ao mesmo tempo, a advogada demonstrava profundo desagrado com suas atitudes. Lumiar tinha consciência de seus erros, o que a humanizou.

Nos mais recentes capítulos, a loira foi capaz até de engatar um caso com Theo, mesmo o rapaz sendo o ex-melhor amigo de seu ex-marido. E mais: ela mesma mantinha uma relação de amizade com Clara (Regiane Alves), a esposa do vilão. Ou seja, foi mais uma atitude controversa de Lumiar.

Em suma: Lumiar aprontou bastante em Vai na Fé, o que a enquadra na categoria de vilã. Mas, ao mesmo tempo, demonstra arrependimento e insegurança, abrindo uma real possibilidade de redenção para a antagonista da trama de Rosane Svartman.

Torcida

Curiosamente, a “oscilação” no caráter de Lumiar acaba gerando certo cansaço no público. Nas redes sociais, não são poucos os espectadores que reclamam que a personagem não virou a terrível vilã “prometida”. Eles não conseguem enxergar Lumiar como uma megera típica de novelas.

Há também aqueles que defendem a personagem com unhas e dentes. Como suas ações são todas justificáveis – para o bem e para o mal -, Lumiar gera compaixão de parte da audiência. Parte esta que tem horror à ideia de que ela, um dia, se torne uma vilã tradicional.

Apesar do cansaço e da controvérsia, o debate do público diante do caráter de Lumiar mostra que a autora Rosane Svartman (foto acima) conseguiu o que queria: ter uma antagonista tão humana quanto sua protagonista, Sol. As diferentes reações que a personagem de Carolina Dieckmann desperta retrata bem a tridimensionalidade impressa na “vilã”.

Tipo recorrente

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Vale lembrar que Rosane Svartman não é adepta de grandes vilãs, preferindo apostar em tipos controversos. Em Totalmente Demais (2014), por exemplo, a antagonista era Carolina Castilho (Juliana Paes), que estava longe de ser uma “megavilã”. A editora aprontou horrores, mas era movida pela paixão e tinha conflitos muito humanos. Tanto que teve direito a um final feliz.

Bom Sucesso (2019) também apresentou personagens parecidos. Nana (Fabíula Nascimento), por exemplo, passava longe de ser do mal, mas, durante vários capítulos, fez o que pode para prejudicar Paloma (Grazi Massafera). Já Gisele (Sheron Menezzes, foto acima) começou a novela vilã, mas foi se redimindo ao longo da trama.

Ou seja, Lumiar é “parente” de Carolina, Nana ou Gisele. A personagem de Carolina Dieckmann está longe de ser boazinha. Mas esperar que ela se torne uma “vilãzona” sem escrúpulos é demais.

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