Não é de hoje que a Record TV inicia a produção de uma novela para, dias depois, suspender tudo, optando por um novo enredo. O exemplo mais recente desta desastrosa conduta atende por A Vida de Jesus, trama que substituirá a malsucedida Apocalipse; a princípio, a autora Paula Richard desenvolveria seu próximo trabalho com base em Gênesis, sobre a criação do mundo – narrativa bíblica que compreende personagens como Adão e Eva.
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O mesmo se deu nos tempos em que Tiago Santiago, autor da saga “Mutantes”, coordenava o núcleo de teledramaturgia da casa. Lauro César Muniz viu dois de seus trabalhos preteridos em favor de Poder Paralelo (2009), terceira sinopse proposta por ele, mais “alinhada” com as diretrizes do setor: tramas violentas, calcadas em assassinatos, perseguições e tiroteios. No mesmo ano, a emissora estabeleceu um acordo com a gigante Televisa, para a adaptação de textos mexicanos.
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A parceria inviabilizou a produção de Bem Me Quer, de Margareth Boury. A história do rapaz que trabalhava no ramo hoteleiro, obrigado a recomeçar sua vida após anos na prisão, chegou a ser aprovada pela Record TV, mas caiu diante da necessidade de se adaptar as ‘xicanas’. Margareth foi então chamada, num primeiro momento, para conduzir a versão brasileira de La Fea Más Bella (2006) – por aqui, Bela, A Feia (2009). Acabou substituída, sem maiores explicações, por Gisele Joras.
Surgiu então a possibilidade de recriar Un Gancho Al Corazón (2008), centrada nos dilemas de uma boxeadora. A trama foi preterida por Cuidado Con El Ángel (2008), vista no SBT em 2013 e 2015. Aqui, o título foi alterado para Vivendo o Amor, após um concurso interno com funcionários do RecNov – complexo de estúdios do canal, hoje arrendado pela produtora Casablanca. Ivan Zettel, responsável por Belaventura (em exibição às 19h45), fora escalado para a direção.
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Edwin Luisi, Cristina Mullins, Juliana Silveira, Lana Rodes e Cacau Mello despontaram como os primeiros nomes do elenco; Roger Gobeth viveria o mocinho, apaixonado por Maytê Piragibe que, grávida, foi obrigada a desistir do projeto. E a Record também abriu mão do projeto, mediante pressão da Televisa, que julgava o texto de Rebelde “mais comercial”. Assim, toda a produção, alguns atores e a cidade cenográfica construída para Vivendo o Amor foram reaproveitados na novela escolhida.