Há exatamente 23 anos, no dia 18 de maio de 1999, o Brasil perdia a genialidade de Dias Gomes. O dramaturgo nos deixava aos 76 anos, após sofrer um acidente de carro na capital paulista.
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Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em 19 de outubro de 1922, em Salvador (BA). Em 1935, se mudou para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu os estudos e ingressou na Faculdade de Direito, curso que abandonou no terceiro ano.
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Nos anos 1940, começou a se destacar como autor de teatro, além de ingressar no rádio, onde conheceu sua primeira esposa, a ainda desconhecida Janete Clair. Eles se uniram em 13 de março de 1950.
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Entre 1944 e 1964, Dias Gomes adaptou nada menos que 500 peças teatrais para o rádio, se tornando um importante nome do setor. Em 1960, escreveu um de seus maiores êxitos, a peça O Pagador de Promessas, que viraria filme posteriormente e ganharia a Palma de Ouro em Cannes.
Demitido da Rádio Nacional após a implantação do regime militar, em 1964, já que era integrante do Partido Comunista, o autor migra a televisão algum tempo depois, trabalhando junto com a esposa.
Sua primeira novela foi A Ponte dos Suspiros (1969). Depois, escreveu Verão Vermelho (1970), Assim na Terra como no Céu (1970), Bandeira 2 (1971), O Bem-Amado (1973) e O Espigão (1974).
Em 1975, teve uma novela censurada: Roque Santeiro foi proibida pelo governo no dia da estreia. A trama seria apresentada somente 10 anos depois, em 1985.
Em seguida, vieram Saramandaia (1976), Sinal de Alerta (1978), Mandala (1987), O Pagador de Promessas (1988), Araponga (1990), As Noivas de Copacabana (1992), Irmãos Coragem (1995), O Fim do Mundo (1996), Decadência (1995) e Dona Flor e Seus Dois Maridos (1998), seu último trabalho.
Dias Gomes morreu em acidente de carro ocorrido na madrugada de 18 de maio de 1999. Ele voltava de um jantar com a segunda esposa, a atriz Bernadeth Lyzio, após assistir uma peça de teatro.
Ele estava no banco de trás de um táxi, sem cinto de segurança. O motorista, Ozias Patrício da Silva, fez uma conversão proibida, fazendo com o carro fosse atingido por um ônibus que vinha na mesma direção.
O autor foi arremessado para fora do Fiat Uno de quatro portas, bateu a cabeça na mureta que separa as pistas na avenida Nove de julho e morreu na hora.
Confira arte publicada pelo jornal O Globo no dia seguinte ao ocorrido:
Bernardete (foto abaixo) teve um ferimento nos lábios, corrigido por cirurgia plástica, e uma suspeita de lesão na coluna cervical. Ela foi internada no Hospital das Clínicas para uma bateria de exames.
O taxista, que atuava na profissão há apenas dois meses, sofreu um ferimento na cabeça e foi indicado por homicídio culposo. Em depoimento à polícia, ele afirmou que fez a manobra imprudente por insistência do dramaturgo, após o veículo passar da entrada para o flat onde o casal estava hospedado.
“Ele foi imprudente, não seguiu as leis de trânsito, está sendo indiciado sob a acusação de homicídio culposo e pode ser também por lesão corporal, se a família de Dias Gomes quiser”, declarou a delegada Nair Silva de Andrade na ocasião, dizendo que mesmo se o pedido fosse da vítima, não justificaria o erro.
O corpo de Dias Gomes foi levado ao Rio de Janeiro, onde foi velado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras e enterrado no Cemitério São João Batista.
Ele deixou cinco filhos – Alfredo, Denise e Guilherme, com Janete, e Maíra e Luana, com Bernadeth. Outro filho do primeiro casamento, Marcos, já havia falecido.