Personagem de Taís Araujo em Cara e Coragem, Clarice despertou do coma no capítulo da última segunda-feira (17).
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No período em que passou “dormindo”, ela vivenciou uma série de flashbacks que não seriam possíveis na vida real.
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Ficção x realidade
O portal Notícias da TV ouviu o médico neurologista Michel Elyas Jung Haziot a respeito do caso. O especialista afirmou que as lembranças e as interações de Clarice e Luana (Gabriela Loran) não seriam possíveis devido ao coma profundo da empresária.
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“O coma é, por definição, uma alteração do nível de consciência. A pessoa que está em coma não está consciente do que está acontecendo ao redor. Mais recentemente, provou-se que existe um estado de consciência mínimo dependendo do grau de coma. Mas são pensamentos que não têm um conteúdo complexo. O paciente pode lembrar de algum resquício de conversa ou coisa assim, mas não há um raciocínio por trás disso”, ressaltou.
O caso de Clarice na vida real
Em episódios reais, movimentações simples como apertos de mão em sinal de resposta também são bastante raros, principalmente se o coma em questão for induzido por ingestão de medicamentos ou substâncias, como ocorreu em Cara e Coragem.
Além disso, Clarice deveria aparecer em cena totalmente intubada: ventiladores mecânicos e outros equipamentos são necessários para manter demandas básicas, como a respiração e a nutrição. O despertar de Clarice, porém, está em consonância com a realidade.
“Basta que o efeito do remédio no sistema nervoso central acabe. Com isso, o nível de consciência volta ao normal, e a pessoa sai do coma. Depende muito da quantidade de droga que a pessoa foi exposta”, explicou o médico.
Licença dramatúrgica
É fato que, dentro da ficção, licenças como a do coma de Clarice em Cara e Coragem são permitidas. Até porque, visualmente, a realidade da personagem, com tubos e afins, seria incômoda para o público – principalmente pela história recente do mundo, assolado pela pandemia de Covid-19.
Obras ficcionais abordam temas do cotidiano, mas não são obrigadas a seguirem fielmente a vida real. “É preciso saber voar”, como a autora Gloria Perez salientou anos atrás.
Os autores só precisam tomar cuidado para não irritar o espectador com tramas inverossímeis demais, a ponto de pegar vários voos para compreender os acontecimentos de uma determinada produção. O equilíbrio é sempre o ideal.