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As Helenas de Manoel Carlos habitam os sonhos de toda atriz. Em 1991, o autor indicou Maitê Proença para tal honraria, em Felicidade. No entanto, ela quase ficou de fora do projeto.
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Em 1989, logo após o término de O Salvador da Pátria, Maitê Proença deixou a TV para dedicar-se à gestação de sua primeira e única filha, Maria.
A volta ao vídeo se deu em 1991, através da minissérie O Sorriso do Lagarto – coprodução Globo e TV Plus, produtora de Roberto Talma. No enredo de Walther Negrão, baseado na obra de João Ubaldo Ribeiro, Maitê fazia par com Tony Ramos.
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A escolha de Manoel Carlos
Era justamente este casal que Manoel Carlos desejava ter à frente do elenco da trama concebida para o horário das seis.
“Eu acho os dois perfeitos para os papéis. […] Quando inicio uma novela, penso automaticamente nos atores, nos principais, pelo menos”, relatou ele em entrevista ao Jornal do Brasil, de 6 de outubro de 1991.
A Globo aprovou, apesar da proximidade entre o fim da exibição de ‘Sorriso’ e o lançamento de Felicidade – apenas um mês de diferença.
A recusa de Maitê Proença
Com a filha ainda pequena e os trabalhos de O Sorriso do Lagarto recém-concluídos, Maitê Proença pensou, a princípio, rejeitar o convite para viver Helena.
“Mas fiz a besteira de ler a sinopse. Foi então que um bichinho me mordeu. No final, estava em prantos”, confidenciou ela, também ao JB.
Contudo, às vésperas do início das gravações, o então companheiro da atriz, Paulo Marinho, adoeceu. O acerto final demorou a acontecer.
“Maitê não teria condições de atuar se o marido tivesse que fazer a delicada cirurgia. Felizmente, ele foi para a UniCor, em São Paulo, e os médicos decidiram adotar uma prática mais moderna que não necessita da operação”, contou a assessoria de Proença à revista Amiga, de 13 de setembro de 1991.
Marinho foi submetido à angioplastia (desobstrução das artérias do coração).
A busca da Globo
Enquanto a casa aguardava o posicionamento da eleita de Maneco, outros nomes foram sondados para Felicidade. A jornalista Lúcia Leme revelou cinco deles em sua coluna no jornal O Globo, em 13 de agosto de 1991: Bruna Lombardi, Carla Camuratti, Lucélia Santos, Lúcia Veríssimo (foto) e Vera Fischer.
Bruna, na ocasião, residia no exterior ao lado do marido Carlos Alberto Riccelli – também cotado para o folhetim. Carla e Lucélia haviam acabado de concluir Brasileiras e Brasileiros (1990) no SBT. Lúcia, por sua vez, estava prestes a assumir o comando do Globo Ecologia.
Envolvida com os ensaios do espetáculo teatral Macbeth, Vera pediu à Globo para seguir distante da telinha. Semanas depois, no entanto, foi convocada para Perigosas Peruas (1992). Oito anos após o término de Felicidade, Manoel Carlos presenteou Fischer com a Helena de Laços de Família.
As origens de Helena
As gravações de Felicidade foram iniciadas antes mesmo do “sim” de Maitê Proença. A Helena defendida por ela nasceu da “colagem” de três personagens de Aníbal Machado, cujos contos inspiraram o novelista. De Acontecimento em Vila Feliz, Maneco extraiu Helena, a moça que agita a pacata cidade com sua beleza, despertando o desejo dos homens e a inveja das mulheres.
Helena une-se ao “forasteiro” Mário Silvano (Herson Capri), suscitando comentários sobre o desprezo dela aos “filhos da terra” – caso do apaixonado Zé Diogo (Marcos Winter). Em dado momento, ela choca a população e o marido ao forjar tanto a gravidez quanto o óbito do bebê, com o auxílio de Paquita (Aracy Balabanian) e Chico Treva (Edney Giovenazzi), tornando impossível sua permanência no lugarejo.
De Juanita, figura de O Telegrama de Ataxerxes, a Helena da novela absorveu o desejo de morar na cidade grande, assim como o pai (Umberto Magnani). Por fim, da Manuela de Tati, a Garota, veio a relação da protagonista de Felicidade com a filha Bia (Tatyane Fontinhas Goulart), que desejava conhecer o pai – Álvaro (Tony Ramos), tipo oriundo de O Iniciado do Vento.
O desfecho de Felicidade
O último capítulo de Felicidade foi excepcionalmente, exibido no sábado, 30 de maio de 1992, e reapresentado na segunda-feira, 1° de junho, antes do lançamento da substituta Despedida de Solteiro.
É que a Globo optou por reapresentar o penúltimo capítulo na sexta-feira (29), diante dos comentários positivos do público a respeito da sequência mais esperada da novela: a de Helena revelando à Bia o parentesco dela e de Álvaro.
O relacionamento de Maitê Proença e Paulo Marinho chegou ao fim em 1994, após 12 anos. O empresário voltou à mídia após desavenças com o candidato à reeleição Jair Bolsonaro, de quem foi apoiador.
Além de Maria, hoje advogada, ele é pai do comediante André Marinho e da cantora Giulia Be. Já Maitê, recentemente, terminou o namoro com a cantora e compositora Adriana Calcanhotto.