O primeiro reality ‘original’ da Record chega ao fim nesta quinta (09). Original está com aspas porque o Ilha Record foi criado pela equipe de Rodrigo Carelli, mas o diretor pegou várias situações de outros realities e juntou em um só. A competição teve elementos do BBB, De Férias com o Ex e No Limite. O surpreendente é que a ideia funcionou e o programa se mostrou um bom entretenimento.

O maior acerto do formato foi o Exílio. A versão plagiada e adaptada do paredão falso do Big Brother Brasil impediu que o programa perdesse algum participante ativo ou protagonista de jogadas ou ‘barracos’. Ninguém era eliminado de fato. O competidor mais votado da semana, ao invés de sair da disputa, ia para uma espécie de caverna, onde podia assistir em uma televisão tudo o que os concorrentes faziam na sua ausência. E o lugar ia enchendo a casa semana.

E a dinâmica do Exílio ficou mais interessante quando todas as interferências no jogo passaram a ser dos eliminados. Isso porque a figura do Guardião, que surge sem prévio aviso e entrega um bilhete com novas regras, sempre anunciava a decisão tomada pelos participantes que estavam em outro lugar, sabendo de todas as intenções dos competidores.

Era justo? Muitas vezes, não. Mas Carelli nunca se preocupou em justiça em reality. Quem acompanha A Fazenda sabe as manobras que o diretor faz para salvar alguma figura que renda bons momentos. Como a Ilha não teve votação popular e já entrou no ar toda gravada, houve uma realização de sonho de Rodrigo. Várias vezes novas regras surgiam e o público era surpreendido junto com os participantes, como eliminações imediatas, sem votação, como a de Mirella e Claudinho.

A escolha do elenco também foi acertada. Vários nomes que renderam em A Fazenda, BBB ou no Power Couple Brasil foram escolhidos, assim como ex-integrantes do De Férias com o ex. Aliás, a Record sempre utiliza pessoas dos realities citados. O problema é que nem sempre funciona.

No caso da Ilha, o êxito veio. Nadja protagonizou várias brigas e foi a insuportável de sempre; Dinei mesclou barracos com momentos cômicos; Mirella foi a mais hilária da edição; Pyong virou a figura principal do jogo com suas estratégias bem-sucedidas; Valesca começou apagada mas foi crescendo ao longo das semanas; Laura se mostrou centrada; enquanto Nanah e Negão da BL eram queridos inicialmente até se perderem em suas próprias atitudes. Já Antonela virou uma vilã digna de bons realities e sua relação com Pyong rendeu muita repercussão (e consequências para ambos) nas redes sociais.

As provas tiveram uma boa realização e se mostraram bem melhores que as de A Fazenda, sempre cheias de erros ou gerando dúvidas sobre os resultados.

Vale elogiar ainda a apresentação de Sabrina Sato. Segura e à vontade na função, a apresentadora conseguiu ser firme e ao mesmo tempo descontraída com os competidores. Comparando com sua desenvoltura em programas anteriores, foi seu melhor desempenho no comando de uma atração até agora.

O Ilha Record passou longe do sucesso. A audiência ficou em apenas um dígito, em torno de 7 pontos, durante toda a temporada. Não ameaçou a concorrência e várias vezes ficou em terceiro lugar. A repercussão também foi tímida. No entanto, cumpriu o objetivo de entreter o público que gosta de reality e aquecer a grade para a estreia de A Fazenda 13.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor