Ilha Record passou longe do sucesso, mas entregou bom entretenimento

09/09/2021 às 9h36

Por: Sergio Santos
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O primeiro reality ‘original’ da Record chega ao fim nesta quinta (09). Original está com aspas porque o Ilha Record foi criado pela equipe de Rodrigo Carelli, mas o diretor pegou várias situações de outros realities e juntou em um só. A competição teve elementos do BBB, De Férias com o Ex e No Limite. O surpreendente é que a ideia funcionou e o programa se mostrou um bom entretenimento.

O maior acerto do formato foi o Exílio. A versão plagiada e adaptada do paredão falso do Big Brother Brasil impediu que o programa perdesse algum participante ativo ou protagonista de jogadas ou ‘barracos’. Ninguém era eliminado de fato. O competidor mais votado da semana, ao invés de sair da disputa, ia para uma espécie de caverna, onde podia assistir em uma televisão tudo o que os concorrentes faziam na sua ausência. E o lugar ia enchendo a casa semana.

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E a dinâmica do Exílio ficou mais interessante quando todas as interferências no jogo passaram a ser dos eliminados. Isso porque a figura do Guardião, que surge sem prévio aviso e entrega um bilhete com novas regras, sempre anunciava a decisão tomada pelos participantes que estavam em outro lugar, sabendo de todas as intenções dos competidores.

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Era justo? Muitas vezes, não. Mas Carelli nunca se preocupou em justiça em reality. Quem acompanha A Fazenda sabe as manobras que o diretor faz para salvar alguma figura que renda bons momentos. Como a Ilha não teve votação popular e já entrou no ar toda gravada, houve uma realização de sonho de Rodrigo. Várias vezes novas regras surgiam e o público era surpreendido junto com os participantes, como eliminações imediatas, sem votação, como a de Mirella e Claudinho.

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A escolha do elenco também foi acertada. Vários nomes que renderam em A Fazenda, BBB ou no Power Couple Brasil foram escolhidos, assim como ex-integrantes do De Férias com o ex. Aliás, a Record sempre utiliza pessoas dos realities citados. O problema é que nem sempre funciona.

No caso da Ilha, o êxito veio. Nadja protagonizou várias brigas e foi a insuportável de sempre; Dinei mesclou barracos com momentos cômicos; Mirella foi a mais hilária da edição; Pyong virou a figura principal do jogo com suas estratégias bem-sucedidas; Valesca começou apagada mas foi crescendo ao longo das semanas; Laura se mostrou centrada; enquanto Nanah e Negão da BL eram queridos inicialmente até se perderem em suas próprias atitudes. Já Antonela virou uma vilã digna de bons realities e sua relação com Pyong rendeu muita repercussão (e consequências para ambos) nas redes sociais.

As provas tiveram uma boa realização e se mostraram bem melhores que as de A Fazenda, sempre cheias de erros ou gerando dúvidas sobre os resultados.

Vale elogiar ainda a apresentação de Sabrina Sato. Segura e à vontade na função, a apresentadora conseguiu ser firme e ao mesmo tempo descontraída com os competidores. Comparando com sua desenvoltura em programas anteriores, foi seu melhor desempenho no comando de uma atração até agora.

O Ilha Record passou longe do sucesso. A audiência ficou em apenas um dígito, em torno de 7 pontos, durante toda a temporada. Não ameaçou a concorrência e várias vezes ficou em terceiro lugar. A repercussão também foi tímida. No entanto, cumpriu o objetivo de entreter o público que gosta de reality e aquecer a grade para a estreia de A Fazenda 13.

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