Conhecida pelos sucessos Lembranças e Qualquer Jeito, do refrão “Não está sendo fácil”, que virou meme na internet, a cantora Kátia (foto abaixo) viveu o auge da popularidade na década de 80.

Kátia
Reprodução

A artista, figurinha carimbada dos programas de auditório daquele período, revelou ter entrado e depressão profunda após a perda da mãe.

Padrinho famoso

Kátia e Roberto Carlos
Reprodução

Kátia Garcia Oliveira, nacionalmente conhecida apenas como Kátia, nasceu em 26 de março de 1962, no Rio de Janeiro (RJ).

Sua deficiência visual ocorreu em virtude do seu parto prematuro, que causou uma sequela que atingiu seus olhos. Mas isso não a impediu de demonstrar seu interesse para a música ainda criança.

Escreveu suas primeiras composições quando tinha 12 anos. Após mostrar suas músicas para o cantor Roberto Carlos (foto acima), que era amigo de seu pai, o cantor a indicou a fazer um teste na gravadora CBB (atual Sony Music). Com isso, Roberto Carlos se tornou seu padrinho artístico.

“Na minha carreira, ele foi tudo. Acreditou em mim quando, na verdade, eu era só uma criança que foi mostrar as músicas para o amigo do meu pai. Nunca pensei que pudesse cantar aquelas canções ou qualquer outra. Compunha com 12 ou 13 anos e tive a coragem de pegar meu violão para mostrar as músicas para ele”, contou ela, em entrevista ao Na Telinha em 10 de abril de 2021.

Sua carreira artística teve início em 1978, quando lançou um compacto simples com a canção Tão Só, de sua autoria. No ano seguinte, Kátia ganhou de presente de Roberto Carlos a composição Lembranças, gravada por ela em seu álbum de estreia. O trabalho alcançou a expressiva marca de 1 milhão de cópias vendidas, se tornando uma das canções mais conhecidas da sua carreira.

A artista viveu o auge da fama na década seguinte, lançando inúmeros discos de sucesso, com destaque para a música Qualquer Jeito, lançada em 1987. A canção, por conta do refrão “Não está sendo fácil”, acabou se tornando meme na internet décadas depois.

Após ter conquistado vários discos de ouro, platina e diamante, além de vários prêmios importantes, a cantora lançou seu último disco em 1994. Depois, ela decidiu dedicar-se à causa dos deficientes visuais.

Depressão

Ratinho e Kátia
Reprodução / SBT

Kátia revelou, em recente entrevista, que ainda está tratando da depressão da qual vem sofrendo desde 2017, após a morte de sua mãe. A doença fez com que ela se afastasse dos palcos para se recuperar.

“Foram tempos difíceis. Fiquei muito deprimida e recusei alguns trabalhos, não tinha mais coragem de cantar, de compor, de fazer nada. Sigo em tratamento da depressão, ainda não posso dizer que estou maravilhosa, mas já melhorei bastante”, contou ela, em entrevista ao jornal Extra.

Pandemia e programa de rádio

Kátia
Divulgação / TV Globo

Apesar de não lançar mais álbuns musicais, Kátia continuou escrevendo novas composições e fazendo shows por todo Brasil, mas a pandemia do coronavírus a obrigou a dar uma pausa em sua carreira.

Em 2020, a cantora de 60 anos, que morava em um apartamento no Rio de Janeiro com seu pai, de 85 anos, precisou passar um período de isolamento social no interior de São Paulo. Isso aconteceu por conta de uma viagem que fez, que acabou sendo estendida em meio à crise sanitária.

Na mesma entrevista, Kátia enfatizou, usando o famoso bordão da sua canção Qualquer Jeito, que está difícil viver no Brasil diante das atitudes tomadas pelo governo durante a pandemia.

“Não está sendo fácil mesmo! Principalmente, saber o que vai acontecer depois disso. O país está sofrendo muito, e tem gente que não está encarando a situação com seriedade”, disparou.

Atualmente, Kátia tem atuado como locutora e consultora em tecnologia para deficientes visuais em plataformas digitais. Ela vem investindo no Studio K, uma web rádio que tem como principal objetivo incentivar e dar oportunidade aos cegos. Na rádio, ela também apresenta o programa Roberto Carlos Entre Amigos.

Compartilhar.
Avatar photo

Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor