Holding que controla JBS quer vender Canal Rural para outro grupo de comunicação

02/06/2017 às 9h00

Por: Gabriel Vaquer
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Envolvida diretamente nos escândalos recentes da política nacional, já que seus donos Joesley e Wesley Batista delataram e confessaram fazer parte de atos de corrupção, a holding J&F – dona do frigorífico JBS, o maior do Brasil – decidiu vender algumas de suas empresas.

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Dentre elas está o Canal Rural, adquirido em 2013 junto ao Grupo RBS, dono da afiliada da Globo no Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito para os funcionários, internamente, na redação da emissora em São Paulo (SP) na última quarta-feira (31).

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A ideia é anunciar ao mercado a venda o quanto antes, para atrair interessados. Não existe ninguém que queira o Canal oficialmente por enquanto, mas a preferência da holding é que um grupo de comunicação assuma o controle – e, se possível, pague um bom valor por isso.

Outra prioridade é que as negociações não ocorram via banco, para dar mais agilidade ao processo. Em 2013, quando comprou o Canal Rural, a J&F teve uma burocracia de mais de um ano para concretizar tudo – além de passar na frente de cinco interessados concorrentes.

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Esta é a segunda notícia de impacto no Canal Rural em uma semana. Recentemente, o canal promoveu uma dança das cadeiras no seu alto comando – trocando até mesmo seu presidente.

Júlio Cargnino, que antes era diretor de conteúdo da emissora, foi promovido à presidente. Ele substituiu Donário Lopes de Almeida, que virou oficialmente conselheiro de assuntos estratégicos.

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Júlio está desde 2008 no Canal Rural e é formado em jornalismo, com MBA em Gestão Empresarial. No lugar dele, entra Alessandra Mello, que era gerente de jornalismo do canal.

No cargo há pouco tempo, o novo executivo já começou a colocar em prática uma política de corte de gastos, algo que já está acontecendo no Canal Rural há algum tempo, antes mesmo dos escândalos políticos envolvendo a JBS. A ordem é cortar gastos onde for possível.

O atual presidente, inclusive, receberá menos do que Donário ganhava. O ex-presidente estava no cargo há 10 anos e ainda é bastante respeitado no grupo em si, tendo muita influência no que é decidido.

Outro fato é que o Canal Rural irá se modernizar ao máximo. A ideia é dar uma nova linguagem e tentar achar um novo meio de passar as notícias do mundo do agronegócio de forma leve e diferenciada.

Fundado em 1996, o Canal Rural é uma das principais plataformas de comunicação especializadas em agronegócio no Brasil. Além de TV segmentada, a marca engloba portal de notícias, leilões, eventos, aplicativos e educação para o agronegócio.

Foi fundado numa joint-venture entre a Globosat e o Grupo RBS, que terminou em 1998, com a RBS ficando sozinha no negócio até 2013, quando foi anunciada a compra da emissora pela J&F, holding que controla a JBS.

O valor da aquisição foi de R$ 40 milhões, bem alto para o que valia o negócio na época. Hoje, a empresa conta com sede em São Paulo e tem entrada nas principais operadoras de TV por assinatura do Brasil, além de estar em Antenas Parabólicas de todo o país. Seus principais concorrentes são o Terraviva, da Band, e o Canal do Boi, do Sistema Brasileiro do Agronegócio (SBA).


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