Herói de Nos Tempos do Imperador acabou preso em cadeira de rodas

25/01/2022 às 12h53

Por: Bianca Montagnana
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Em Nos Tempos do Imperador, atual novela das seis da Globo, Jackson Antunes vive Duque de Caxias. Na trama, o personagem é o melhor amigo de Dom Pedro II e o aconselha nos assuntos políticos e sentimentais. Ele é um dos poucos a saber sobre o romance entre o monarca e a Condessa de Barral (Mariana Ximenes).

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Jackson Antunes e Selton Melo em Nos Tempos do Imperador

Duque de Caxias realmente existiu e foi uma importante figura da história de nosso país. Nascido em 1803, descendente de uma família com grande tradição militar, também seguiu a carreira.

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Lutou contra Portugal na Independência do Brasil, passou três anos na Cisplatina, enquanto o governo tentou resistir à secessão da província, e permaneceu leal a Dom Pedro I durante protestos em 1831, apesar de seus familiares terem abandonado o monarca.

Casou-se em 6 de janeiro de 1833, aos 29 anos, com Ana Luísa de Loreto Carneiro Viana. Ela era irmã de um amigo oficial e membro de uma família aristocrática carioca.

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A mãe da noiva era contra a união, pois via Caxias e sua família como novos-ricos. Alguns jornais da época, ligados aos inimigos políticos de sua família, chegaram a divulgar noticias falsas, entre elas uma que dizia que ele havia sequestrado Ana Luísa.

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Apesar de tudo, seu casamento foi feliz e o casal teve três filhos: Luísa de Loreto Viana de Lima, nascida em 1833, Ana de Loreto Viana de Lima, de 1836, e Luís Alves de Lima e Silva, em 1847.

Amizade com Dom Pedro II

Dom Pedro I abdicou em favor de seu filho, a quem Caxias serviu como mestre de armas, ensinando-lhe esgrima e hipismo e, finalmente, tornando-se seu amigo.

Sob seu comando as tropas brasileiras lutaram em importantes conflitos da época, como a Balaiada, no Maranhão, a Revolução Liberal, em São Paulo e Minas Gerais, a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul, e também a Guerra do Paraguai, retratada na novela.

Nesta última, foi designado por Dom Pedro II como comandante das tropas na batalha. Ajudou a sanear as condições dos acampamentos, melhorar a alimentação dos soldados e a retirar dos hospitais homens já curados.

Depois de conquistar a capital paraguaia na guerra, em janeiro de 1869, um ano antes do término definitivo do confronto, Duque de Caxias deu sua missão como encerrada e retornou ao Brasil.

O Imperador ficou furioso por Caxias ter deixado seu posto sem permissão e também por ter declarado a guerra ganha, enquanto Solano López, comandante do Paraguai, ainda estava solto e reagrupando seus poucos recursos militares.

No entanto, Pedro sabia que ele era o principal responsável pelos grandes sucessos durante a batalha, realizações que vieram ao custo de anos de sacrifício e bravura pessoal. Por isso, convocou Caxias para o Palácio de São Cristóvão cerca de um mês depois, para uma reconciliação.

Últimos anos de vida

Comparação Duque de Caxias

Em 23 de março do mesmo ano, o Imperador lhe presenteou com a Imperial Ordem de Pedro Primeiro e o elevou ao título de Duque, o mais alto da nobreza brasileira. Ele foi a única pessoa a receber essa honraria durante o reinado de Dom Pedro II.

No ano seguinte, em outubro de 1870, Pedro o nomeou para o Conselho de Estado. Já com sérios problemas de saúde, em 1877, Caxias deixou o cargo.

Confinado a uma cadeira de rodas e com a saúde cada vez mais debilitada, o Duque viveu seus últimos dias na Fazenda Santa Mônica, perto da cidade de Valença, interior da província do Rio de Janeiro.

Morreu em 7 de maio de 1880, cercado por familiares. Dom Pedro II havia visitado o amigo várias vezes durante esse tempo e ficou muito triste com sua partida.

Caxias queria um funeral simples e foi parcialmente atendido, pois Pedro enviou uma carruagem usada apenas nos funerais da Família Imperial, seguida de 16 membros da criadagem imperial e 13 soldados de boa conduta para carregarem o caixão.

Uma grande procissão foi seguida por um funeral, que contou com a presença do Imperador. Seu corpo foi enterrado junto com o de sua esposa no Cemitério de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro.

Décadas após sua morte, Caxias passou a ser considerado como a principal figura militar da história brasileira. Em 1923, foi criada uma celebração anual em sua homenagem e, dois anos depois, a data de seu nascimento, 25 de agosto, tornou-se oficialmente o Dia do Soldado.

Seus restos mortais, assim como os de sua esposa, foram exumados em 25 de agosto de 1949 e colocados no Panteão Duque de Caxias, na capital fluminense.

Em 13 de março de 1962, Caxias transformou-se no Patrono do Exército, consolidando sua imagem de figura mais importante da tradição militar brasileira.

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