Há três meses no ar, CNN Brasil ainda não decolou

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Quando falamos a palavra CNN, é impossível não nos remetermos à emissora americana que há mais de 35 anos informa milhões de telespectadores ao redor do mundo. Prometendo revolucionar o mercado do all news no Brasil, a franquia estreou por aqui em 15 de março, trazendo nomes importantes de outras emissoras e fazendo barulho na concorrência.

A emissora entrou no ar quando o país via as principais capitais entrando em uma “quarentena”, enquanto outra parte do planeta chorava com o grande número de mortos, fazendo com que a mesma estreasse com um jornal cobrindo todas essas mudanças impostas pelo Covid-19.

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Apesar de tudo isso acontecendo, três meses se passaram e a CNN Brasil ainda não empolga. Como disse acima, é difícil não comparamos a franquia brasileira com a matriz, que sempre deu uma verdadeira aula de jornalismo. Quando achei que a emissora finalmente iria decolar, o apresentador Reinaldo Gottino surpreendeu e voltou para a RecordTV, fazendo a primeira dança das cadeiras e algumas modificações na programação.

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Nesse meio tempo, a emissora se viu cercada de polêmicas, como no caso dos (infinitos) debates promovidos em todos os programas da casa e algumas entrevistas no mínimo bem polêmicas.

Acredito que seja importante sempre vermos os dois lados da moeda de um determinado assunto e, claro, promover o contraditório. Entretanto, quando se estende esse formato para todos os programas e, com entrevistados que promovem o desconhecimento e as fake news, fazem com que a credibilidade seja posta em xeque. Cito aqui o tweet do jornalista Nícolas Andrade, “onde atualmente a CNN Brasil se presta ao papel de ser notícia do que ao de dar notícias”.

Seria hipócrita dizer que a CNN não promoveu uma mudança nas suas concorrentes, principalmente na GloboNews. O canal fez alterações na grade de seus jornais e aumentou ainda mais a cobertura ao vivo. Até mesmo a BandNews TV, que estava há cerca de 19 anos sem modificações importantes, também mexeu na grade de programação. Nesse tempo em que o Covid-19 e o Governo Federal não dão uma trégua, vemos que os canais se aparelharam para não se desligarem e a todo instante entrar com um plantão.

Mas cerca de 15 dias após a primeira grande dança das cadeiras, a CNN Brasil novamente promoveu outra mudança de seus âncoras, fazendo com que o público ao menos consiga se fidelizar com os apresentadores e âncoras. Por exemplo, Carol Nogueira, ex-Band, que, na minha opinião, é uma excelente jornalista, até o momento já passou pelo Expresso CNN, Jornal da CNN, Novo Dia e agora está ao lado da competente Daniela Lima no CNN 360°.

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Eu, que sou entusiasta da aviação, permito dizer que a CNN Brasil está taxiando para então finalmente decolar, mesmo que teve mais de um ano para se preparar para entrar no ar. Percebo que seus “comandantes” estão ajustando os comandos com a aeronave andando e passível de erros, que, obviamente, poderão ser corrigidos. A emissora tem sim potencial de seguir o caminho da matriz, pois possui uma equipe disposta a fazer um bom jornalismo, entretanto esbarra em alguns comandos editoriais e até mesmo técnicos, que a impedem de finalmente decolar.

SOBRE O AUTOR
Douglas Pereira é formado em Jornalismo pela PUC Minas, estudante e estagiário acadêmico em Direito, com passagens pela TV Horizonte e Rádio 98FM, em Belo Horizonte. Além de fazer prints de quase tudo que passa na TV no @uaiteve pelo Twitter, também é entusiasta da aviação, sobre a qual mantém o site Portão Um.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise, opinião e crítica sobre as coberturas jornalísticas, esportivas e do entretenimento na TV brasileira.

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