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Uma das produções mais fracassadas da Globo nos últimos tempos terminava há exatamente nove anos, no dia 21 de junho de 2013, em clima de já vai tarde.
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Cercado de expectativas, O Dentista Mascarado acumulou críticas, recebeu a rejeição do público e foi tendo uma constante queda de audiência. A produção de Alexandre Machado e Fernanda Young prometia boas risadas, mas se transformou em um grande equívoco poucos capítulos depois da sua divertida estreia.
Entretanto, mesmo diante desse conjunto nada bom, o último episódio da série acertou ao rir de si mesmo. Os autores admitiram o fracasso e inseriram isso na história. O momento mais evidente ficou na conversa entre Paladino (Marcelo Adnet) e Sheila (Taís Araújo): “eu vejo um programa que derrubou o Ibope do horário!”; pois é, ninguém gosta da gente!”, disseram.
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Erro reconhecido
Reconhecer o erro e ainda fazer piada com ele foi uma grande sacada. A última cena também foi inspirada: Adnet, depois de ser acordado por Taís, conta para ela e para Leandro Hassum que havia sonhado que os três faziam um programa onde ela interpretava uma vagabunda. Todos riram do sonho.
Após esse momento, a atriz vai gravar uma novela e o humorista segue em direção ao estúdio do Fantástico gravar um quadro. Um final criativo para uma produção que foi considerada péssima, afinal, nada melhor do que um projeto equivocado se limitar a um mero sonho.
O Dentista Mascarado apresentou um ótimo elenco e uma história que tinha tudo para emplacar. Mas os autores erraram quando deixaram o contexto de lado para priorizar piadas grosseiras e escatológicas.
Piadas essas que eram claramente impostas nas cenas mesmo sem haver a menor necessidade. O resultado acabou sendo uma total ausência de graça. A série cômica não conseguiu divertir ninguém.
Formato equivocado
E nada mais injusto do que responsabilizar Marcelo Adnet pelo fracasso. Qualquer outro ator no lugar dele sofreria do mesmo problema, afinal, o erro foi no desenvolvimento do formato.
Apesar de ter sido um grande equívoco, a produção apresentou acertos. O principal deles foi a escalação de Taís Araújo. Ela mostrou que nasceu pra fazer comédia. Acostumada aos papéis dramáticos, a atriz mergulhou de cabeça nessa personagem escrachada e conseguiu divertir em vários momentos na pele da picareta Sheila.
Leandro Hassum e Adnet fizeram uma boa parceria, enquanto que Otávio Augusto mais uma vez se destacou em um papel. E entre tantos episódios ruins, o da estreia e o sexto – esse que contou com as participações de Alinne Moraes e José de Abreu – são considerados exceções. Ambos resultaram engraçados momentos e boas cenas. Só que dois episódios bons em uma temporada que contou com 12 é muito pouco.
Lamentavelmente, Alexandre Machado e a saudosa Fernanda Young não foram felizes nesse projeto. Rejeitado pelo público, fracassado na audiência e criticado pela imprensa, O Dentista Mascarado saiu do ar sem deixar saudades.