Há exatamente 51 anos, em 19 de abril de 1971, a Globo estreava a novela Minha Doce Namorada. O folhetim de Vicente Sesso, dirigido por Fernando Torres e Régis Cardoso sob supervisão de Daniel Filho, talvez seja o expoente máximo da era “água-com-açúcar” das novelas das 19h.

Minha Doce Namorada

Foi nesta produção que Regina Duarte – que, assim como Cláudio Marzo, deixou Irmãos Coragem (1970) para se dedicar à nova trama – ganhou a alcunha de “namoradinha do Brasil”.

O TV História preparou um breve resumo da novela.

Confira:

Sesso planejava curtir férias na Europa quando foi convocado pela Globo para escrever a substituta de A Próxima Atração (1970). O roteiro inicialmente previsto para o horário havia sido descartado; sem tempo hábil para desenvolver uma sinopse do início ao fim, o autor partiu para a escrita dos primeiros capítulos – tomando por base uma história infanto-juvenil apresentada, na década de 1950, no Teatro de Fantasia (Record TV). Em menos de vinte dias, a equipe de produção rodava as sequências iniciais, na cidade mineira de Ouro Preto.

Minha Doce Namorada

A emissora, contudo, não dispunha de muitos recursos. Por conta disso, a ação de Minha Doce Namorada acabou transferida para o Rio de Janeiro. Para estabelecer o elo entre os dois lugares, Vicente Sesso pensou, a princípio, em um circo itinerante. Acabou optando por um parque de diversões. Órfã, Patrícia (Regina) mora no local, onde auxilia Tia Miquita (Célia Biar) a vender maçãs do amor à noite; durante o dia, dá expediente numa pensão para estudantes, como copeira. O grande desejo da jovem: descobrir seu sobrenome e, se possível, conhecer ao menos a mãe.

Todo dia, Patrícia se consulta com a astróloga do parque, Dona Carmem (Heloísa Helena), na tentativa de elucidar o mistério acerca de seu passado. Atrapalhada, a esotérica senhora acaba convencendo a mocinha, do signo de Aquário, que um rapaz de Peixes será o grande amor de sua vida. Não demora muito para Patrícia se deparar com um pisciano: Renato (Marzo). Numa de suas “corridas” pelas ruas de Ouro Preto, Renato atropela, com seu jipe “envenenado”, o moleque, que ampara um cachorrinho adoecido. Horas depois, os dois se reencontram.

É quando o estudante de engenharia constata que o menino é menina. No caso, Patrícia, que pergunta quase que instantaneamente pelo signo do jovem. Os ânimos então se acirram: Aquário quer saber de Peixes; Peixes não pode ouvir falar em Aquário. Renato oferece sua amizade. Mas logo a protagonista se vê “abandonada”: o pai de seu amor platônico falece, obrigando o estudante a encarar a administração da Perfumaria Fux, um dos braços das Indústrias Reunidas Toledo Peçanha, no centro de uma ferrenha disputa que mobiliza ambiciosos personagens.

Madame Sarita (Vanda Lacerda), prima de Renato, planeja assumir o comando dos negócios. Para isso, pretende contar com a ajuda dos filhos, Nelita (Susana Vieira) e Julinho (Marcos Paulo). O problema é que o caçula se opõe à mãe, que tenta afastá-lo da pobretona Lúcia (Susana Gonçalves). Já a primogênita cede aos apelos de Sarita: se divorcia do humilde Tony (Jardel Melo) para se unir a um velhote rico. Tony, desta forma, pode ceder aos encantos de Maura (Dorinha Duval), sua vizinha, a esta altura envolvida com o publicitário paulista Carlos (Daniel Filho, então casado com Dorinha).

Também integravam o núcleo jovem da produção os estudantes Sérgio (Ênio Carvalho), o intelectual; Glauco (Reynaldo Gonzaga), introvertido e carrancudo; e Milton (Roberto Pirillo), alegre e conquistador.

Eis que Patrícia vai, junto com o parque, para o Rio de Janeiro onde Renato está. Vai ao apartamento do amigo tão querido e se mete à faxineira, acreditando estar prestando auxílio. O agora jovem empresário se incomoda com a interferência e com a presença, uma vez que sua noiva, Verinha (Maria Cláudia), é do tipo ciumenta. A rival de Patrícia, contudo, é tão arrivista quando Sarita e César Leão (Mário Lago), outro dia de Renato, cúmplice de Verinha nas tentativas de tomar o patrimônio do incauto protagonista. A sorte muda quando Patrícia, sempre ela, entra nessa jogada.

Contratada para servir cafezinho nas Indústrias Reunidas, a jovenzinha se depara com um simpático senhor no elevador de serviço. Passa a trata-lo como Pepê, empregado como ela, sem sequer imaginar se tratar de Hipólito Peçanha (Sadi Cabral), tio-avô de Renato, o verdadeiro dono da fortuna disputada a tapas por Sarita, Verinha e César. Patrícia passar a contar a “Pepê” tudo o que vê de errado dentro do empreendimento. O empresário decide se fingir de morto; escondido no parque, observa a ferrenha luta de César e Sarita por seu dinheiro. E passa a crer que Renato é único honesto do clã.

Tempos depois, Patrícia é convidada para estrelar a campanha de lançamento de um novo cosmético. Amadurecida, desperta, enfim, o interesse de Renato; o rapaz, porém, não pretende desfazer o compromisso com Verinha.

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É Hipólito quem encoraja o sobrinho, de um jeito “torto”: sequestra Renato e o leva para Salvador, onde Patrícia se refugiou para não ter de testemunhar o casamento de seu amor. Os dois quase não se entendem: ela, revoltada com a farsa de Pepê; ele, chateado por ter sido dispensado pela manequim. Aí, é Tia Miquita quem intervém.

Renato e Patrícia, enfim, se casam. Ela também descobre seu sobrenome: encontra sua mãe, Madame Jordão (Yara Cortes, em participação especial).

Este entrecho, contudo, não foi de grande importância para a trama. O que interessa, porém, é que o final foi feliz – artisticamente, e em audiência e repercussão – para Minha Doce Namorada…

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.