Praticamente todos os dias, na reprise de Êta Mundo Bom no Vale a Pena Ver de Novo, pudemos ver o Professor Pancrácio (Marco Nanini) se vestindo de freira, vedete e bailarina, entre outros personagens, para pedir esmolas. Existem vários casos de atores que já se vestiram de mulher em novelas, mas o primeiro foi em O Bofe (1972), quando o renomado ator e diretor Ziembinski (1908-1978), importante figura da dramaturgia nacional, viveu uma mulher de fato na trama.
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Stanislava foi o primeiro personagem travestido da história da telenovela brasileira. A ideia partiu do próprio ator, que sugeriu o tipo a Bráulio Pedroso (1931-1990), que escreveu a novela. A personagem se chamaria Natasha e teria origem russa, mas mudou de nome após sugestão do ator, que era polonês.
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A velhinha era mãe da protagonista, Guiomar (Betty Faria). Stanislava tinha duas características peculiares: se embebedava com xarope e tinha sonhos com um príncipe trapezista – ninguém menos que Dorival (Jardel Filho), o mocinho da história.
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Apesar de contar com inúmeros personagens excêntricos (e talvez até mesmo por isso), O Bofe, no entanto, não foi uma novela bem-sucedida. Devido à baixa audiência, Bráulio Pedroso foi afastado pela Globo e substituído por Lauro César Muniz.
José Wilker, em solidariedade ao autor, pediu para deixar a trama. Seu personagem morreu de tanto rir após ouvir uma piada.
Em seu livro “Antes que me Esqueçam”, o diretor Daniel Filho falou sobre a novela. “Nós dedicávamos o horário das dez da noite às experiências, modificações, ousadias. A novela não foi bem de público. Na verdade, não foi bem recebida, não tinha popularidade. Mas nós gostávamos muito dela. Para mim, O Bofe foi um fracasso. Eu gostava, mas não deu certo”.