Há 32 anos, Globo proibiu estreia de novelas em dezembro; entenda
03/12/2021 às 13h15
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Por uma questão estratégica, a Globo não estreia novelas em dezembro, mês em que, fatalmente, a audiência cai. Além do Horário de Verão (que existia até pouco tempo) e do início da estação, que faz as pessoas permaneceram na rua até mais tarde, há as festas e confraternizações de fim de ano, como a “festa da firma”, o Natal e o Ano Novo. A última foi Lua Cheia de Amor (foto abaixo), que estreou há 32 anos.
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Novela é hábito. Leva um tempo para que o público assimile a história nova que está começando e decore os nomes dos novos personagens que farão parte (ou não!) de seu dia a dia nos próximos seis, sete meses.
Já que é natural que haja uma queda de audiência em todo início de novela, seria um risco estrear em dezembro, por causa do pouco tempo hábil para o público se afeiçoar à nova produção.
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Por isso é mais fácil rearranjar as datas de estreia para evitar este mês, seja para antes (tempo maior para o telespectador se acostumar com a nova novela até a chegada de dezembro) ou a partir do ano que se inicia. Aliás, historicamente, várias foram as produções que estrearam no início de janeiro.
Contudo existiram algumas poucas novelas que começaram em dezembro, conforme a relação abaixo.
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Confira:
Padre Tião e Um Rosto de Mulher (1965-1966)
Novela do ano da inauguração da TV Globo, Padre Tião estreou às 19 horas em 12 de dezembro de 1965. Baseada na obra do italiano Giovanni Guareshi, a trama foi estrelada por Ítalo Rossi, como o padre Tião, e Marília Pêra e Gracindo Jr., como o casal romântico central.
No mesmo dia, estreou no horário das 21h30 a novela Um Rosto de Mulher, com Nathalia Timberg vivendo uma personagem com dupla personalidade.
Sangue e Areia e O Homem Proibido (1967-1968)
Em 18 de dezembro de 1967, a Globo lançou duas novelas: às 20 horas Sangue e Areia e, às 21h30, O Homem Proibido. A primeira foi escrita por Janete Clair, inspirada no romance do espanhol Blasco Ibañez. Tarcísio Meira vivia o toureiro Juan Galhardo, namorado da doce Pilar (Theresa Amayo) e assediado pela exuberante Doña Sol (Glória Menezes).
O Homem Proibido – também conhecida como Demian, o Justiceiro – foi escrita por Glória Magadan – e nada tem a ver com o romance homônimo de Nelson Rodrigues que originou a novela O Homem Proibido em 1982.
Aqui, a autora ambientou sua história na Índia (muito antes de outra Glória, a Perez, escrever Caminho das Índias, em 2009), com o casal romântico vivido pelo então casal da vida real Carlos Alberto e Yoná Magalhães.
Observação: as datas de estreia das novelas da década de 1960 aqui citadas foram tiradas do livro “Memória da Telenovela Brasileira”, de Ismael Fernandes, que teve como base as datas da praça paulista.
Como as transmissões ainda não eram em rede nacional, até o ano de 1974 o Rio de Janeiro tem uma pequena variação nos dias de estreia e término das novelas quando comparada a outras praças.
Duas Vidas (1976-1977)
Essa novela de Janete Clair estreou em 13 de dezembro de 1976. Foi muito prejudicada pela censura, que viu na trama uma crítica à construção do metrô do Rio de Janeiro, uma obra do Governo Federal.
Na história, a vida de um grupo de vizinhos se dispersava com as obras o metrô carioca, entre eles, Leda Maria (Betty Faria), que criava sozinha o filho pequeno Téo (Carlos Poyart). Francisco Cuoco era um dos pares românticos de Betty na trama.
O Astro (1977-1978)
Exatamente um ano após Duas Vidas, Janete Clair vinha com uma nova história. O Astro estreou em 6 de dezembro de 1977. Na trama, Francisco Cuoco vivia Herculano Quintanilha, um ilusionista de caráter duvidoso que faz amizade com o jovem Márcio Hayalla (Tony Ramos), herdeiro de uma fortuna.
O “Quem matou Salomão Hayalla?” – pai de Márcio, personagem de Dionísio Azevedo – parou o país no último capítulo, literalmente. Em 2011, O Astro ganhou um remake, com Rodrigo Lombardi como o protagonista.
Lua Cheia de Amor (1990-1991)
Último registro de uma novela da Globo a iniciar no mês de dezembro – estreou às 19 horas em 3 de dezembro de 1990. Essa reedição disfarçada de Dona Xepa foi escrita por Ricardo Linhares, Ana Maria Moretzsohn e Maria Carmem Barbosa.
Marília Pêra viveu a simplória camelô Genu, que sofria com a indiferença dos filhos. Mas quem brilhou mesmo foi Arlete Salles, no papel da deslumbrada nova rica Kika Jordão, com seu bordão “translumbrante!“.