Há exatamente 20 anos, em 8 de dezembro de 2000, a Globo inovava ao exibir um final alternativo no Vale a Pena Ver de Novo.

A emissora estreou A Próxima Vítima em 10 de julho daquele ano e, desde o início, prometeu que o telespectador poderia ter uma surpresa.

Isso porque o grande mistério da trama de Silvio de Abreu era a identidade do serial killer que matou diversos personagens da produção.

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Na exibição original, o Brasil parou para descobrir, no último capítulo, que o criminoso era Adalberto (Cecil Thiré).

Na reprise, a Globo optou por mostrar o final destinado ao mercado internacional. Em iniciativa inédita, parte do elenco foi reunido três meses após o encerramento das gravações para produzir um novo desfecho, onde o assassino acabou sendo Ulisses (Otávio Augusto).

Nesta versão, de acordo com o que foi explicado pelo nosso colunista Nilson Xavier em seu site Teledramaturgia, não só a identidade do serial killer é diferente, como também a sua motivação.

Enquanto Adalberto matava por queima de arquivo, Ulisses eliminava seus inimigos por vingança, já que ele era o filho do contador que foi preso injustamente pela morte de Gigio di Angelis (Carlos Eduardo Dolabella) no passado.

No último episódio da reprise, Ulisses foi preso junto com o filho, Bruno (Alexandre Borges). O garçom consegue se desvencilhar do detetive Olavo (Paulo Betti), pega a arma que está em cima da mesa dele e se mata.

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Ainda restam finais inéditos?

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de 9 de julho de 2000 destacou que foram gravados quatro finais para A Próxima Vítima.

O saudoso diretor Jorge Fernando disse à publicação que foi checar os arquivos da emissora para ver se as versões estavam disponíveis e em bom estado, o que foi confirmado. “Escolhido o personagem, é só fazer uns cortes na edição para encaminhar o novo final”, declarou.

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Dois deles são conhecidos, com Adalberto e Ulisses. O jornal especulou que os outros criminosos seriam Marcelo (José Wilker) e Zé Bolacha (Lima Duarte). Um final falso, com Quitéria (Vera Holtz) como assassina foi escrito por Abreu para despistar a imprensa.

Como já faz muito tempo e a Globo não poderá regravar mais nenhuma cena, como fez recentemente com Haja Coração, resta saber se um dia teremos a oportunidade de ver esses finais alternativos.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor