Nascida em São Paulo, em 13 de outubro de 1958, Priscila Camargo tornou-se atriz profissional no Rio de Janeiro. Premiada com o Mambembe na categoria Revelação pelo espetáculo O Bom Burguês (1977), ela logo entrou para a TV. Mas, após um grave acidente, Priscila optou pelo afastamento temporário do veículo…
A atriz chegou à televisão através do humorístico Planeta dos Homens (1976). Foram quatro anos de programa – até a estreia do Viva o Gordo (1981), comandado por Jô Soares, do qual participou da primeira temporada.
A transição de Priscila Camargo para as novelas se deu com Ciranda de Pedra (1981), adaptação de Teixeira Filho do romance de Lygia Fagundes Telles, exibida pela Globo às 18h.
TV e música
Em 1982, Priscila respondeu por Mirtô, de Final Feliz (1982). Seguiram-se trabalhos como Direito de Amar (1987), Salomé (1991), Quem é Você (1996), Paraíso Tropical (2007), Tititi (2010) e A Lei do Amor (2016).
Em Sonho Meu (1993), a atriz viveu Polaca, dona de um bar que, na companhia da amiga Márcia (Cristina Mullins), passou a se apresentar cantando músicas de Guilherme Arantes e Ivan Lins. O talento para musicais foi revelado no teatro.
“Comecei no grupo Chegança, junto com Elba Ramalho e Tânia Alves. Acho bárbaro que o artista cante, dance, interprete, mas é difícil ser uma Shirley MacLaine no Brasil”, lamentou Priscila em entrevista ao jornal O Globo, em 27 de fevereiro de 1994.
A atriz, aliás, chegou se aventurar como cantora numa produção independente em que regravou clássicos da MPB. A experiência, contudo, não deu certo:
“Só faltava ir vender o LP na loja. O disco não é independente, é dependente de você”.
Recomeço após acidente
Priscila Camargo passou anos afastada da telinha por conta de uma experiência de quase morte vivenciada na década de 1980. Ela relatou o episódio à revista Caras, em 16 de maio de 2011:
“Estava saindo da gravação da novela ‘Direito de Amar’, da Rede Globo, exibida em 1987, quando bati com o veículo. De repente, senti meu corpo flutuar e ouvi uma voz dizer: ‘Viu o que você fez com a sua vida? Você se foi’. Minutos depois, despertei e já estava no hospital fazendo uma cirurgia. Graças a deus, me recuperei e decidi entender o que tinha se passado naquele dia. Tive contato com o sufismo, uma prática de autoconhecimento feita através de contos, e me apaixonei. Resolvi que ganharia a vida contando histórias”.
Por conta deste acidente, a vida de Priscila mudou por completo! Ela passou de militante política, com teorias céticas, para uma mulher espiritualizada e conectada com a natureza:
“Costumo dizer que esse incidente foi a melhor e a pior coisa que poderia ter acontecido, uma espécie de segunda chance. Teve sofrimento, claro, mas também benefícios. Depois deste fato, passei a ser uma buscadora do meu próprio eu, e assim, tornei-me melhor com as pessoas que me cercam, livre de preconceitos e tomada pela paz”.
Contadora de histórias
Desde então, Priscila Camargo tem se dedicado ao projeto História da Mãe África e Contos da Terra dos Mil Povos. O projeto levou cultura tem implicado em parcerias com teatros, escolas e universidades. Ela ainda realiza um trabalho com arte e educação, o Contos de Ensinamento.
A atriz, hoje com 63 anos, foi casada duas vezes e não teve filhos. Ela mantém um canal no YouTube, onde apresenta narrativas para os públicos infantil e adulto.
