Confirmado como o substituto de Terra e Paixão na faixa das nove da Globo, o remake de Renascer, desde já, começa a ganhar mais atenção da direção da emissora. A trama de Benedito Ruy Barbosa, exibida originalmente em 1993, ganha uma adaptação assinada por Bruno Luperi em janeiro do ano que vem.

Renascer - Leonardo Vieira e Patrícia França
Jorge Baumann / Globo

Em fase de pré-produção, a nova versão de Renascer já começa a vislumbrar seu elenco. Para montar o time de atores do folhetim, a Globo repetirá uma estratégia adotada no passado, quando passou a buscar no teatro novos artistas para suas produções.

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Bahia em cena

Velho Chico - Dira Paes e Irandhir Santos
Caiuá Franco / Globo

De acordo com Fefito, colunista do Splash UOL, a direção de Renascer deseja que grande parte do elenco da trama seja formado por atores baianos. A trama se passa no sul da Bahia, na zona cacaueira, daí a importância de ter artistas do estado em cena.

Para suprir esta demanda, a direção da emissora começará a buscar talentos no teatro baiano. A intenção é que Renascer conte com um elenco que valorize artistas da região onde a história se passa e, ao mesmo tempo, tenha medalhões mais conhecidos da emissora.

Ainda segundo Fefito, “medalhões” já almejados para a trama são Marcos Palmeira, Dira Paes e Irandhir Santos, estrelas de Pantanal (2022). A eles caberiam alguns dos principais papéis do folhetim.

Estratégia antiga

Pantanal - Marcos Palmeira
Reprodução / Globo

No entanto, não é a primeira vez que a Globo busca nos palcos novos nomes para suas novelas. Em 2006, a emissora fez um movimento semelhante para montar o elenco de uma trama escrita por Walther Negrão, que também se passaria na Bahia.

A ideia do autor era emplacar um folhetim livremente inspirado em Os Miseráveis, de Victor Hugo. Obra, aliás, que o novelista já havia adaptado para a Band em 1967. Desta vez, a trama se passaria na Bahia das décadas de 1920 e 1930, e contaria a história de João Julião, homem humilde que é preso após roubar um remédio.

De acordo com a Folha de S. Paulo, de 18 de abril de 2006, a Globo já buscava destaques dos palcos para participarem da trama. Na época, segundo a publicação, isso se deu porque a emissora vinha perdendo algumas de suas principais estrelas para a Record, que estava investindo pesado na contratação de atores e realizando novelas de destaque.

“Vamos ter de pegar gente do teatro”, confirmou Walther Negrão à Folha.

Não saiu do papel

Cine Holliúdy - Frank Menezes
Estevam Avellar / Globo

O projeto em questão de Walther Negrão teria como pano de fundo a cultura do algodão e a indústria têxtil, destacando o movimento operário tecelão. A trama teria forte presença de humor e, para isso, o autor esperava contar com nomes da Companhia Baiana de Patifaria, como Frank Menezes (foto, em Cine Holliúdy).

Além do teatro baiano, a emissora também estava de olho em nomes de destaque do cenário paulistano, como o elenco de Terça Insana. Na época, o único nome confirmado para a trama era o de Murilo Rosa, como o protagonista. Maria Fernanda Cândido era o nome almejado para a vilã.

A nova trama seria a substituta de Sinhá Moça na faixa das seis da Globo em outubro de 2006. No entanto, a produção acabou sendo engavetada sem maiores explicações. O remake de O Profeta, assinado por Duca Rachid e Thelma Guedes, ficou com a vaga.

Negrão só retornaria ao ar no ano seguinte com Desejo Proibido, trama que se passava nas Minas Gerais dos anos 1930 e nada tinha a ver com Os Miseráveis. Mas Murilo Rosa foi mantido como o protagonista, vivendo Miguel, um padre que se apaixona por Laura (Fernanda Vasconcellos).

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor