André Santana

Desde a estreia, Pantanal vinha mantendo o interesse da audiência com suas constantes reviravoltas. A trama de Benedito Ruy Barbosa, adaptada por Bruno Luperi, nunca foi uma novela apressada, é verdade, mas estava sempre oferecendo viradas de impacto. A narrativa do folhetim havia alcançado um equilíbrio interessante entre a ação e a contemplação, bem de acordo com a sua proposta.

Pantanal

No entanto, os últimos capítulos da novela das nove da Globo não foram lá tão interessantes. A trama perdeu um pouco o pique, causando chiadeira nas redes sociais, com espectadores reclamando que Pantanal não é mais o “novelão” que já foi até esses dias.

Estaria Pantanal, então, atravessando a famosa “barriga”, sempre presente nas novelas de Benedito Ruy Barbosa? A trama entrou naquela fase em que parece que nada acontece? Afinal, o que houve com a novela?

Barriga, não!

Pantanal

Não é justo acusar Pantanal de “barriga”, ao menos não a esta altura da trama. É verdade que a novela perdeu um pouco o viço, mas a trama ainda tem investido em constantes acontecimentos.

O problema que gera essa sensação de enrolação é que os atuais acontecimentos de Pantanal não são tão interessantes. Atualmente, a trama insere um novo núcleo, o da família de São Paulo de Tenório (Murilo Benício), que, por enquanto, não empolga.

Zuleica (Aline Borges) tem contradições interessantes, mas os três filhos de Tenório ainda não disseram a que vieram. Os garotos, na verdade, investem num enfrentamento ao pai, tal qual Guta (Julia Dalavia) na fazenda. Com isso, os discursos ficam repetitivos.

Romance desagradável

Pantanal

A trama também explora a aproximação de Juma (Alanis Guillen) e José Lucas de Nada (Irandhir Santos), o que não agrada de jeito nenhum. Não há qualquer química neste novo “quase casal”, assim como não havia na versão de 1990 da novela.

Por fim, Pantanal também investe nas viagens de José Leôncio (Marcos Palmeira) e Jove (Jesuíta Barbosa) pelas fazendas do “rei do gado”. São sequências importantes, pois representam a entrada definitiva de Jove no universo de seu pai. Mas o blá-blá-blá da dupla não é lá muito atrativa.

Ou seja, Pantanal atravessa uma fase “de transição”, em que novas tramas começam a se estabelecer. E, nos próximos capítulos, os acontecimentos tendem a ficar interessantes novamente.

Ainda há muito o que acontecer na novela, então o jeito é ser paciente e esperar.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor