A Globo disponibilizou nesta segunda (09), em sua plataforma de streaming, o Globoplay, a novela Pátria Minha. Conturbada novela de Gilberto Braga, exibida entre 1994 e 1995 pela emissora, foi a última trama onde um galã dos anos 1980 teve um papel fixo.

Lua Cheia de Amor

Estamos falando do ator carioca Rodolfo Bottino (na foto acima, ao lado de Isabela Garcia em Lua Cheia de Amor) atuou no cinema, teatro e televisão. Sua estreia na telinha foi em 1984, na Globo, na trama Livre para Voar.

Consagrou-se como galã da emissora carioca e esteve em Ti Ti Ti (1985), Bambolê (1987) e Bebê a Bordo (1988). Mas seu papel de maior destaque foi Lauro, na minissérie Anos Dourados (1986).

No cinema, Bottino foi o protagonista em Tiradentes e esteve também em Benjamim, de Monique Gardenberg, entre outros trabalhos. No teatro, escreveu e encenou alguns espetáculos.

Rodolfo Bottino em Pátria Minha
Rodolfo Bottino em Pátria Minha

Além de ator, Bottino era também chef de cozinha e apresentou alguns programas culinários, como o UD Gourmet, no Shoptime, e o Gema Brasil, na TVE-RJ, no qual recebia um convidado enquanto preparava uma receita. Além disso, fez a peça Risotto!, na qual atuava e cozinhava para a plateia.

Ele chegou a ter um restaurante também, o Madrugada, endereço que fez sucesso por oito anos, em Botafogo.

Problemas de saúde

Guilherme Leme e Rodolfo Bottino

No início dos anos 1990, o ator descobriu-se portador do vírus HIV. Porém, com receio de ser alvo de preconceito, só tornou o fato público muitos anos mais tarde, em 2009.

Rodolfo fazia exames regularmente desde meados dos anos 1980. Ele não sabia como havia contraído o vírus e ressaltou que nunca chegou a desenvolver a doença. No entanto, acabou deixando as novelas de lado.

“Teve um mês de janeiro em que fui a 18 enterros. Mas não era só por falta de tratamento, não. Muitas pessoas se entregavam”, contou ao jornal O Globo em 2009.

Sua mãe achava que ele não deveria falar sobre a doença para não prejudicar sua carreira, enquanto os amigos diziam que ele não deveria se censurar.

Por fim, Bottino decidiu falar de sua experiência com o intuito de ajudar outras pessoas a saírem do armário e vencerem o preconceito.

“Quem estiver lendo isso precisa saber que para tudo tem jeito. Ninguém falou que viver é fácil. Todo dia pode ter uma porrada. Mas também pode ter uma realização. Nenhum HIV, câncer, hepatite ou diabete impede essa realização diária. O que impede é a cuca”, completou.

Ser soropositivo não foi seu único desafio. Fumante, em 2006, enfrentou e venceu um câncer no pulmão. Ele superou também uma anorexia grave, quando chegou a pesar apenas 41 quilos e foi desenganado pelos médicos que o tratavam. Além disso, passou pela síndrome do pânico.

 

Fim da vida

Enterro de Rodolfo Bottino

Em 2010, Rodolfo passou por uma cirurgia para desentupimento de uma artéria. Ele manteve-se ativo e ultrapassou todos os obstáculos com projetos de peças, livros e programas de TV.

Após viver Heitor em Pátria Minha, Bottino ainda fez uma pequena participação em O Fim do Mundo (1996). Seu último trabalho como ator foi uma participação especial no filme O Homem do Futuro, dirigido por Cláudio Torres e lançado em 2011.

O ator morreu em 11 de dezembro de 2011, aos 52 anos, devido a uma embolia pulmonar ocorrida durante um exame de ressonância magnética, preparatório para uma cirurgia de quadril.

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Thais Milena é uma jornalista formada apaixonada pela história da televisão brasileira e pelo universo dos famosos. Com conhecimento e entusiasmo, se dedica a compartilhar informações, curiosidades e análises sobre os bastidores da televisão, os programas icônicos e os artistas renomados do Brasil. Através do trabalho, busca entreter e informar seus leitores, levando-os a uma viagem pelos momentos marcantes e pelas personalidades que influenciaram a cultura televisiva do país.