Globo traz de volta última novela de ator que perdeu luta contra a Aids
09/10/2023 às 14h21
A Globo disponibilizou nesta segunda (09), em sua plataforma de streaming, o Globoplay, a novela Pátria Minha. Conturbada novela de Gilberto Braga, exibida entre 1994 e 1995 pela emissora, foi a última trama onde um galã dos anos 1980 teve um papel fixo.
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Estamos falando do ator carioca Rodolfo Bottino (na foto acima, ao lado de Isabela Garcia em Lua Cheia de Amor) atuou no cinema, teatro e televisão. Sua estreia na telinha foi em 1984, na Globo, na trama Livre para Voar.
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Consagrou-se como galã da emissora carioca e esteve em Ti Ti Ti (1985), Bambolê (1987) e Bebê a Bordo (1988). Mas seu papel de maior destaque foi Lauro, na minissérie Anos Dourados (1986).
No cinema, Bottino foi o protagonista em Tiradentes e esteve também em Benjamim, de Monique Gardenberg, entre outros trabalhos. No teatro, escreveu e encenou alguns espetáculos.
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Além de ator, Bottino era também chef de cozinha e apresentou alguns programas culinários, como o UD Gourmet, no Shoptime, e o Gema Brasil, na TVE-RJ, no qual recebia um convidado enquanto preparava uma receita. Além disso, fez a peça Risotto!, na qual atuava e cozinhava para a plateia.
Ele chegou a ter um restaurante também, o Madrugada, endereço que fez sucesso por oito anos, em Botafogo.
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Problemas de saúde
No início dos anos 1990, o ator descobriu-se portador do vírus HIV. Porém, com receio de ser alvo de preconceito, só tornou o fato público muitos anos mais tarde, em 2009.
Rodolfo fazia exames regularmente desde meados dos anos 1980. Ele não sabia como havia contraído o vírus e ressaltou que nunca chegou a desenvolver a doença. No entanto, acabou deixando as novelas de lado.
“Teve um mês de janeiro em que fui a 18 enterros. Mas não era só por falta de tratamento, não. Muitas pessoas se entregavam”, contou ao jornal O Globo em 2009.
Sua mãe achava que ele não deveria falar sobre a doença para não prejudicar sua carreira, enquanto os amigos diziam que ele não deveria se censurar.
Por fim, Bottino decidiu falar de sua experiência com o intuito de ajudar outras pessoas a saírem do armário e vencerem o preconceito.
“Quem estiver lendo isso precisa saber que para tudo tem jeito. Ninguém falou que viver é fácil. Todo dia pode ter uma porrada. Mas também pode ter uma realização. Nenhum HIV, câncer, hepatite ou diabete impede essa realização diária. O que impede é a cuca”, completou.
Ser soropositivo não foi seu único desafio. Fumante, em 2006, enfrentou e venceu um câncer no pulmão. Ele superou também uma anorexia grave, quando chegou a pesar apenas 41 quilos e foi desenganado pelos médicos que o tratavam. Além disso, passou pela síndrome do pânico.
https://youtu.be/b0LASO2fhpg?si=XZINeooIFvd4ic14
Fim da vida
Em 2010, Rodolfo passou por uma cirurgia para desentupimento de uma artéria. Ele manteve-se ativo e ultrapassou todos os obstáculos com projetos de peças, livros e programas de TV.
Após viver Heitor em Pátria Minha, Bottino ainda fez uma pequena participação em O Fim do Mundo (1996). Seu último trabalho como ator foi uma participação especial no filme O Homem do Futuro, dirigido por Cláudio Torres e lançado em 2011.
O ator morreu em 11 de dezembro de 2011, aos 52 anos, devido a uma embolia pulmonar ocorrida durante um exame de ressonância magnética, preparatório para uma cirurgia de quadril.