Um perfil fake mobilizou grupos de noveleiros no Facebook com notícias falsas sobre o acervo da Globo. Erick Brêtas, diretor de Produtos e Serviços Digitas e dos Canais Pagos ligados à emissora, pôs fim à farsa.
O desmentido do diretor veio com uma boa notícia: Senhora (1975), adaptação de Gilberto Braga para o romance homônimo de José de Alencar, marco histórico do horário das seis, está preservada.
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Fake news
Questionado sobre a lista, Brêtas foi enfático:
“Totalmente fake. Gente desocupada. Não faço ideia de quem seja essa pessoa e asseguro que a lista é inventada”.
Em outra interação com seguidores, ele revelou que o projeto Resgate, que disponibiliza títulos da Globo no streaming a cada duas semanas, está revisando todo o acervo da casa e que, em breve, entrará em uma nova fase.
“Tem novela nessa lista que foi preservada. Tem novela de que não temos mais nenhum registro e não está nessa lista. E tem novela das quais restaram alguns fragmentos que podem ser resgatados apenas pelo valor histórico. Estamos fazendo esse levantamento completo. Tem muita coisa que precisa ser rechecada”, ressaltou.
Registro histórico
Erick Brêtas também garantiu que Senhora não foi “perdida” – termo que as redes sociais usam para definir novelas que, por motivos diversos, não constam nos arquivos da Globo, na íntegra ou em edições compactadas.
A emissora instaurou a faixa das seis, de forma definitiva, em 1975. Os dois primeiros títulos, Helena e O Noviço, foram exibidos em preto-e-branco e contaram com apenas 20 capítulos. Senhora foi a primeira a cores e de “longa duração”, somando 80 episódios.
Gilberto Braga e a produção, liderada pelo diretor Herval Rossano, foram fiéis ao texto de José de Alencar e ao período retratado. À frente do elenco, Norma Blum e Cláudio Marzo.
https://www.youtube.com/watch?v=A6m8PF5MN_o
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A trama
Senhora acompanha Aurélia Camargo (Norma Blum), moça humilde que perde o pretendente, Fernando (Cláudio Marzo), para Adelaide (Fátima Freire), filha do banqueiro Tavares do Amaral (Felipe Wagner). Tempos depois, após a morte dos pais, a moça é surpreendida ao receber a herança do avô paterno.
Aurélia então decide “comprar” Fernando com um dote três vezes maior que o de Adelaide – cem contos de réis. O jornalista aceita a proposta de casamento, intermediada por Lemos (Alberto Perez), sem sequer conhecer a noiva. A união dos dois é marcada por acusações e mágoas.
A obra de José de Alencar rendeu outras adaptações para a TV. Em 1972, a Tupi produziu uma versão modernizada do romance, O Preço de um Homem, com Arlete Montenegro e Adriano Reys. Em 2005, a Record lançou Essas Mulheres, contando com Christine Fernandes e Gabriel Braga Nunes como Aurélia e Fernando.
