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Em baixa desde que abdicou do contrato com a Globo para abraçar o bolsonarismo, Regina Duarte poderá ser vista em breve no Globoplay. A plataforma vai resgatar a minissérie Chiquinha Gonzaga (1999) em março, de acordo com informação obtida com exclusividade pela coluna junto à Comunicação do streaming.
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A trajetória da musicista, condensada em 38 capítulos pelo autor Lauro César Muniz, conta com a luta dela por seus amores, pela abolição, pela república e por evoluções na música. Gabriela Duarte respondeu pela protagonista durante a juventude; Regina assumiu o papel na fase adulta.
Vale ressaltar que a atriz também poderá ser vista em outra produção que voltará em março, já que ela fez participação especial na novela das seis Araguaia.
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Mulher à frente do seu tempo
Chiquinha Gonzaga desafiou a sociedade carioca com seus ideais abolicionistas e republicanos. As lutas também envolviam a esfera pessoal. Por imposição do pai, ela se casa com Jacinto (Marcello Novaes), com quem tem três filhos. Contudo, após ser impedida pelo marido de se dedicar à música, ela rompe o compromisso.
Tempos depois, Chiquinha passa a viver com seu grande amor, Jota Bê (Carlos Alberto Riccelli). Ao flagrá-lo em adultério, ela volta-se totalmente para sua arte. Até que, aos 52 anos, surge um novo romance: João Batista (Caio Blat). Neste período, a compositora vive o auge de sua carreira.
“Chiquinha enfrentou preconceitos e a chibata de uma sociedade patriarcal, com atitudes incomuns naquela época. Desde o fato de ter-se casado três vezes, seguindo suas paixões, até as decisões que tomava sobre a vida em geral. Ela andava sempre cercada de homens, já que vivia nos locais onde se reuniam intelectuais e artistas abolicionistas. Foi até difícil encontrar dados nas biografias sobre mulheres. Esses eu tive que criar totalmente na ficção”, explicou Lauro César ao Jornal do Brasil, em 7 de janeiro de 1999.
Primor de produção
A minissérie é narrada a partir das lembranças de Chiquinha Gonzaga, que surgem enquanto ela acompanha uma burleta em sua homenagem, ao lado de João Batista (então Fábio Junqueira).
“Ao assistir ao espetáculo, Chiquinha recorda como os fatos realmente aconteceram. É feito um contraponto entre a memória dela e os episódios narrados no palco. Às vezes fica muito clara a mentira oficial”, destacou Muniz em entrevista a Folha de São Paulo, de 10 de janeiro de 1999.
Para as cenas do teatro, Regina Duarte contou com recursos do maquiador hollywoodiano David Press; maquiagem e próteses de silicone transformavam a atriz, então com 52 anos, em uma idosa de 87.
Bastidores
Chiquinha Gonzaga marcou a volta do diretor Jayme Monjardim à Globo após passagens pela Manchete e por produtoras independentes. Com média geral de 29,2 pontos, a minissérie levou o canal a retomar o investimento em tramas de época; no mesmo ano, foram produzidas Força de um Desejo e Terra Nostra, novelas das seis e das oito.
No elenco, nomes como Danielle Winits, Susana Vieira, Odilon Wagner, Solange Couto, Tânia Bondezan, Ângela Leal, Norton Nascimento, Adriana Lessa, Chica Xavier, Rosamaria Murtinho, Bel Kutner, Carla Regina, Antonio Calloni, Daniela Escobar, Humberto Martins, Milton Gonçalves e Zezé Motta, entre outros.
Cabe lembrar que, todo mês, o Globoplay resgata uma minissérie da Globo. Som & Fúria (2009) e Desejo (1990) foram disponibilizadas em janeiro e fevereiro, respectivamente. Outro título previsto para este ano é Boca do Lixo (1990) – com Alexandre Frota, Reginaldo Faria e Silvia Pfeifer.