Globo perdeu a maior chance de virar Renascer de ponta-cabeça

Na reta final, o remake de Renascer tem surpreendido o espectador que conhece a história original, exibida em 1993. O autor Bruno Luperi tem feito várias mudanças na trama criada por seu avô, Benedito Ruy Barbosa.

Sophie Charlotte em Renascer

No entanto, as mudanças em nada alteram a trama. Na verdade, Luperi vem se mostrando bastante conservador nas alterações, já que as transformações não mudam a novela na prática.

O remake de Renascer muda o caminho, mas o destino será o mesmo visto na primeira versão.

Casais trocados

A reta final de Renascer reservou o retorno de Kika (Juliane Araújo) e Eriberto (Pedro Neschling), personagens que tiveram um desfecho antecipado em 1993. A volta deles viabilizou um troca-troca de casais.

Ao que tudo indica, Kika deve terminar a novela nos braços de José Bento (Marcello Melo Jr), enquanto Eriberto ficará com Ritinha (Mell Muzzillo), invertendo o que aconteceu em 1993. Porém, na prática, nada muda, já que esses personagens não têm tanto peso na trama central.

LEIA TAMBÉM!

● Bateu o pé: artista impõe condição para fazer continuação de Êta Mundo Bom!

● Ator de Mania de Você surpreendeu ao deixar novela da Globo: “Não se sentiu apto”

● De volta: Globo define quais serão suas próximas novelas das seis

Outro casal diferente será o formado por Lu (Eli Ferreira) e pastor Lívio (Brenno da Mata), personagens que não se relacionavam na primeira versão. Tal relação, no entanto, soa como “prêmio de consolação”, sobretudo para Lívio, que não teve uma função no remake.

Erro que se repete

Enquanto modifica histórias coadjuvantes, Bruno Luperi mantém um erro crasso da versão original de Renascer. Em 1993, o jeito controverso de Mariana fez a personagem ser rejeitada pelo público, o que respingou em sua intérprete Adriana Esteves e reduziu seu espaço na história.

Em 2024, Mariana não foi rejeitada. Assim, era a chance de Luperi dar mais ênfase à personagem, dando-lhe o devido protagonismo. Mas nada. Mariana nunca disse a que veio de fato e ameaçou uma vingança que nunca convenceu ninguém – e nunca aconteceu, diga-se.

Ou seja, Luperi fez várias modificações, mas não teve coragem de mexer num dos principais problemas da novela. Assim, a personagem de Theresa Fonseca termina a novela esvaziada e sem importância.

Mudança

Em meio a mudanças sem efeito prático, o autor do remake de Renascer fez apenas uma grande modificação. Trata-se da trajetória de Tião Galinha (Irandhir Santos), que tomou rumos bem diferentes dos vistos na primeira versão.

Em 1993, Tião (Osmar Prado) se matou após ser preso injustamente e humilhado na cadeia. Desta vez, o personagem ganhou uma nova função ao se unir ao grupo de sem-terra, aprofundando a questão da reforma agrária no enredo.

Assim, Tião mudou para melhor. Além de jogar luz sobre um tema urgente, o personagem também pode chegar vivo até o último capítulo ao lado de sua Joana (Alice Carvalho). Isso sim representa uma grande mudança na novela das nove da Globo.