Em 2003, com o sucesso de No Limite e do Big Brother Brasil, a Globo apostou suas fichas em um novo reality show: O Jogo, comandado por Zeca Camargo e exibido nas noites de terça-feira.
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O programa consistia em uma grande competição de mistério, na qual os participantes deveriam desvendar o culpado por um assassinato fictício.
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A história girava em torno do empresário e candidato a prefeito Wagner Klein, diretor de uma escola que ficava na também fictícia Vila de Santo Antônio, onde colecionava inimigos.
Doze participantes iam atrás de pistas para solucionar o crime. Quem descobrisse o assassino levaria R$ 250 mil. Contudo, o formato que unia dramaturgia e reality não empolgou.
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Reality ou novela?
Em entrevista ao jornal O Globo, antes da estreia, Zeca Camargo celebrou o projeto, exaltando a ligação com crimes que fizeram história na ficção, como os das novelas O Astro (1977) e Vale Tudo (1988):
“Vou coordenar esse grupo de detetives e acompanhar as investigações. Vamos convidar as pessoas a desvendar o mistério. Sou da época em que o Brasil parava para se perguntar ‘quem matou Salomão Hayala [Dionísio Azevedo]?’ ou ‘quem matou Odete Roitman [Beatriz Segall]?’. A proposta é justamente brincar de descobrir o assassino”.
É bem verdade que o público parou para ver a novidade na programação da Globo. Na estreia, O Jogo marcou 26 pontos de audiência.
O telespectador desistiu de investigar
Mas, ao longo do caminho, os telespectadores foram deixando de lado a atração, de temática confusa e sem emoção e interação, diferente do BBB e do No Limite.
O programa batia de frente com o Cine Espetacular, do SBT, que, na ocasião, mantinha um contrato milionário com Warner e Disney. Os filmes inéditos deram um banho no programa dirigido por Boninho, que chegou a anotar meros 12 pontos no Ibope.
A carioca Elaine, por fim, descobriu quem matou Wagner Klein: Ritinha, uma garota que queria vingar a morte de seu pai – a competidora acabou levando 250 mil reais para casa.
Enquanto isso, O Jogo faturou o Prêmio Santa Clara, que era elaborado pela Folha de S. Paulo, premiando os piores do ano. A atração foi “contemplada” em duas categorias: Pior Reality Show e Vexame do Ano.