Globo nunca mais poderá exibir versão original de novela de 1999

Lu Grimaldi em Terra Nostra

Lu Grimaldi em Terra Nostra

Grande sucesso da faixa das oito da Globo, Terra Nostra estreava há exatamente 24 anos, em 20 de setembro de 1999. No entanto, a versão original da trama de Benedito Ruy Barbosa, estrelada por nomes como a sumida Ana Paula Arósio, Thiago Lacerda, Raul Cortez, Maria Fernanda Cândido e Lu Grimaldi (foto abaixo), provavelmente nunca mais será vista pelo público.

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Lu Grimaldi em Terra Nostra (Divulgação / Globo)

O Globoplay disponibilizou a trama em sua plataforma em novembro de 2020. No entanto, ao contrário do que muitos fãs esperavam, entrou apenas a versão internacional da produção, que conta com 150 capítulos, ao contrário da original, que teve 221 episódios.

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Essa mesma versão também foi exibida pelo canal Viva em 2019, gerando reclamações de telespectadores nas redes sociais. Outros, no entanto, acharam que a trama ficou menos maçante com os cortes, já que foram eliminadas muitas “barrigas”.

Direitos autorais

A versão original da história de Benedito Ruy Barbosa nunca mais será vista em nenhum canal ou plataforma por causa de direitos autorais relacionados à trilha sonora internacional da obra.

Em nota enviada ao site NaTelinha em 11 de abril de 2019, o canal Viva confirmou esses problemas.

“No caso de Terra Nostra, após o título ser selecionado e a checagem de direitos autorais realizada, o Viva se deparou com impedimentos relacionados aos direitos autorais. A versão que está no ar, com 150 capítulos, é a exibida internacionalmente pela Globo e a única disponível – sem prejuízos à trama”, dizia o comunicado.

Mesmo editada, Terra Nostra foi vendida para mais de 100 países no início dos anos 2000 e se tornou uma das novelas mais exportadas da emissora. Essa versão também levou o canal Viva à liderança de audiência na faixa.

Outros casos

Vale lembrar que outras novelas da Globo nunca mais terão suas versões na íntegra disponibilizadas. Existem muitas tramas que a emissora optou por preservar apenas a versão internacional, ou seja, uma versão editada para a exportação da trama.

De acordo com o colunista Duh Secco, dentre estas tramas estão os seguintes títulos: Plumas e Paetês (1980), Ciranda de Pedra (1981), Terras do Sem Fim (1981), Final Feliz (1982), Corpo a Corpo (1984), Ti-Ti-Ti (1985) e Mandala (1987).

No entanto, esta demanda por produções clássicas também expôs um problema que, ao que tudo indica, é bem mais comum do que se imaginava: a perda de parte deste acervo. Seja por deterioração da mídia original, corroída pela ação do tempo, ou até mesmo perda no sentido literal, algumas pérolas da dramaturgia nacional já não se encontram na íntegra no acervo da emissora.

Perdidas para sempre

Tarcísio Meira em Roda de Fogo

Dessa forma, algumas produções resgatadas para exibição no Viva ou no streaming aparecem com capítulos faltando, ou têm episódios resgatados por “meios alternativos”. Dentre as últimas novelas resgatadas, há vários exemplos neste sentido. Isso ocorreu com tramas como Guerra dos Sexos (1983), Roda de Fogo (1986) e Alma Gêmea (2005).

Além disso, existem os casos de novelas clássicas, dos anos 1960 e 1970, que foram perdidas em virtude de incêndios sofridos pelo canal ou pela reutilização das fitas, o que era comum naqueles tempos. Entre esses casos, estão Véu de Noiva, O Primeiro Amor, Os Ossos do Barão, Cavalo de Aço e O Rebu, entre outras.

Outro caso célebre é o de Coração Alado (1980): o capítulo que mostrou a personagem Catucha (Débora Duarte) se masturbando foi apagado – até mesmo o roteiro desse episódio sumiu. Já O Amor é Nosso (1981) teve todas as suas fitas apagadas após o fracasso retumbante da trama.

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