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Há 20 anos fazendo novelas na Globo, Sheron Menezzes finalmente emplacou sua primeira protagonista em Vai na Fé, trama das sete que estreou recentemente. Com isso, a produção é a única da casa a contar com uma “veterana” liderando o elenco.
Afinal, atualmente o canal exibe Mar do Sertão, estrelada por Isadora Cruz (Candoca), e Travessia, que traz à frente Lucy Alves (Brisa). Ambas com pouco tempo de estrada e poucos folhetins no currículo.
E não vai parar por aí! Amor Perfeito, próxima novela das seis, terá Diogo Almeida como o mocinho. Já Terra e Paixão, futuro cartaz das nove, contará com Barbara Reis no posto de heroína. E mais: Giovana Cordeiro (foto acima), a Xaviera de Mar do Sertão, vai viver a mocinha de Fuzuê, a substituta de Vai na Fé.
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Revolução
Trata-se de uma grande transformação que está acontecendo na dramaturgia da Globo. Não que a emissora nunca tenha apostado num lançamentos como protagonistas, mas isso nunca foi praxe. Pelo contrário. Estrelas como Giovanna Antonelli (na foto com Luigi Baricelli, em Laços de Família), Flavia Alessandra ou Taís Araújo encararam muitas coadjuvantes até serem promovidas ao posto principal de uma trama.
A Globo também tinha Malhação como um “laboratório de estrelas”. Muitos destaques da novela adolescente alçaram maiores voos, como Priscila Fantin, Bianca Bin, Sophie Charlotte, Cauã Reymond e Nathalia Dill.
Mas não há mais Malhação e os lançamentos têm sido realizados nas novelas convencionais. A Globo já tinha o hábito de fazer apostas na faixa das seis, mas nem sempre isso valia nos outros horários. Isso está mudando.
Fim do elenco fixo
Esta renovação da Globo tem a ver com o fim do banco de atores fixos que o canal sempre manteve. A emissora dispensou vários medalhões e enxugou seu cast, dando preferência a acordos por obra.
Com isso, muitos artistas conseguiram se recolocar na concorrência, principalmente em plataformas de streaming, e não estão mais disponíveis quando são chamados pela rede de TV. Daí a necessidade de apostar em caras novas.
Outro motivo é financeiro. A Globo agora inclui o cachê dos atores no orçamento de uma novela. Com isso, a seleção de elenco deixa de ser puramente artística, já que o cachê do ator escalado precisa caber no orçamento da produção. Isso leva a emissora a apostar em atores novos, que têm salários mais baixos.
Novatos x veteranos
Em suma: a falta de um banco fixo de atores traz consequências antagônicas. Afinal, o contrato por obra faz com que um ator aceite, com maior facilidade, emendar uma novela na outra, já que, assim, ele seguirá ganhando.
Com isso, corre-se o risco de cansar a imagem do artista. É o caso, por exemplo, de José Loreto, que mal saiu de Pantanal (2022) e já está em Vai na Fé.
Mas, ao mesmo tempo, o novo cenário obriga a Globo a buscar novos talentos, o que resulta na atual renovação de cast observada. Ou seja, uma mesma novela pode ter um ator já “rodado” e uma aposta contracenando. São novos tempos.