Globo menospreza remakes de sucesso para valorizar Pantanal
02/09/2022 às 12h45
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E agora, noveleiros? A Globo afirmou, em anúncio publicado nas redes sociais, que a adaptação de Pantanal – original da Manchete, de 1990 – é o remake mais icônico da TV, desprezando tramas como A Viagem e Mulheres de Areia (foto abaixo), por exemplo.
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A análise em questão compreende impressões e números sobre a regravação. Mas, com este título, a emissora simplesmente se esqueceu de outras versões que exibiu ao longo de sua história…
História de sucesso
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A publicação realizada na última quarta-feira (31), através do perfil Negócios Globo, lista uma série de tramas que marcaram época, nestes 70 anos de novelas no Brasil, ao romper paradigmas, ditar moda e estimular comportamentos.
Com relação ao turismo, por exemplo, o post salienta que, graças a Império (2014), as buscas por viagens a Roraima cresceram 525%. Já o sucesso de Alma Gêmea (2005) ampliou os registros de nascimento com o nome Serena (Priscila Fantin), enquanto que, por causa da vilã de Senhora do Destino, Nazaré (Renata Sorrah), tal nome caiu em desuso.
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Além disso, o canal ressalta o papel social das produções, com debates sobre transgêneros (Explode Coração, 1995), doação de medula (Laços de Família, 2000) e violência contra o idoso e a mulher (Mulheres Apaixonadas, 2003).
A exaltação de Juma
O post então partiu para a análise do atual cartaz das nove. A Globo reforçou que o folhetim estrelado por Juma Marruá (Alanis Guillen) alcançou 80% dos brasileiros e que dialoga com cerca de 26 milhões de pessoas por minuto, tornando-se o programa mais visto da TV brasileira.
Os elogios não pararam por aí… Pantanal foi classificado como “o remake mais icônico da televisão”. E outras histórias muito aplaudidas, também remakes que marcaram época e comoveram gerações. Não contam?
A declaração menospreza tramas como Mulheres de Areia (1993), A Viagem (1994), Anjo Mau (1997), Cabocla (2004), Sinhá Moça (2006), Tititi (2010) e O Astro (2011). Sem falar em regravações da concorrência, que elevaram os índices e fizeram história, como Éramos Seis (1994, SBT) e A Escrava Isaura (2004, Record).
O sucesso existe, mas a exaltação é incômoda. Pantanal deriva de um original da concorrente. Excluindo o ponto de vista técnico, com recursos tecnológicos inexistentes, a trama de agora tem saldo inferior ao original – que revolucionou a TV – e até de outras regravações globais…
Os feitos de audiência, com números bem superiores aos da antecessora Um Lugar ao Sol (2021), também foram vistos, por exemplo, com Mulheres de Areia e A Viagem.
No âmbito textual, por exemplo, a adaptação de Bruno Luperi não agregou novidade ao enredo de Benedito Ruy Barbosa, mantendo pontos controversos e furos de roteiro. Diferente, por exemplo, de Tititi e O Astro; a primeira condensou duas tramas de Cassiano Gabus Mendes e entregou uma totalmente nova, enquanto a segunda inaugurou a novela das onze, formato mais próximo das séries.
O elogio soou forçado, é fato. A coluna compreende também que o canal tem mais é festejar Pantanal, já que há tempos não emplacava nada desta forma, em audiência e, especialmente, repercussão. Não há, de fato, quem não conheça ou veja a novela das nove.