Globo já tem a novela ideal para substituir Mulheres de Areia
29/11/2023 às 11h42
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A Edição Especial de Mulheres de Areia (1993) foi uma decisão ousada que se revelou acertada. Havia a expectativa sobre como o público reagiria à exibição de uma novela de 30 anos, e que já foi reapresentada outras duas vezes na Globo e uma vez no Viva. Mas os bons resultados mostram que a emissora foi feliz na escolha do folhetim.
Lucinha Lins em A Viagem (Reprodução / Globo)Sendo assim, o êxito de Mulheres de Areia abre caminho para que outros clássicos de 30 anos atrás possam ser reapresentados na faixa das 14h40 da Globo. A emissora, aliás, tem outra novela que funcionaria muito bem no horário. Trata-se de A Viagem (1994), outro clássico atemporal da autora Ivani Ribeiro.
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Clássico
Em 1993, Ivani Ribeiro estava em alta na Globo em razão do enorme sucesso de Mulheres de Areia no horário das 18 horas. Por isso, não demorou para que a veterana voltasse ao ar assinando mais um remake de uma obra sua. A Viagem estreou em 1994 na faixa das 19 horas e se tornou um dos maiores sucessos do horário.
Nova versão de um texto de Ivani Ribeiro escrito em 1975 para a TV Tupi, A Viagem mostrou à Globo que dramas também podem funcionar no horário das sete. A novela trata do espiritismo por meio da trajetória de Alexandre (Guilherme Fontes), um espírito obsessor que passa a atormentar todos de quem deseja se vingar.
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Alexandre é um bandido que, ao ser preso, decide se matar na cadeia. Assim, ele se torna um espírito disposto a arruinar a vida de todos aqueles que considera responsáveis por sua prisão. Entre eles, seu irmão Raul (Miguel Falabella) e seu cunhado Téo (Mauricio Mattar).
O espírito obsessor também quer acabar com Otávio Jordão (Antonio Fagundes), advogado que se recusou a defendê-lo. Mas a vingança de Alexandre esbarra em Diná (Christiane Torloni), sua irmã e a única que lhe estendeu a mão. Ela acaba se apaixonando por Otávio, vivendo um amor que ultrapassa a vida.
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Grande sucesso
A Viagem foi uma novela feita às pressas na Globo. A trama, inicialmente pensada para a faixa das 18h, foi produzida a toque de caixa para o horário das 19h após o cancelamento de Vira Lata, de Carlos Lombardi, então planejada para substituir Olho no Olho (1993). Foram apenas 20 dias para colocar a novela de pé.
A pressa foi recompensada pelo enorme sucesso do folhetim, que reergueu os índices de audiência da faixa das sete, em baixa por conta dos fiascos de O Mapa da Mina (1993) e Olho no Olho.
O sucesso se repetiu em suas reprises. A Viagem foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo em duas ocasiões, em 1997 e 2006, registrando bons índices de audiência nas duas oportunidades. A trama também foi reprisada duas vezes no canal Viva, em 2014 e 2020, repetindo o sucesso novamente.
Receio superado
O bom desempenho de Mulheres de Areia nas tardes da Globo mostra que o público não rejeita uma boa história, mesmo com a qualidade de imagem inferior e a ausência de elementos contemporâneos. Isso era um receio que a emissora tinha – tanto que evitava reprisar novelas muito antigas.
E Mulheres de Areia voltou justamente quando completava 30 anos. Ou seja, o retorno teve um gostinho de comemoração, em razão da importante efeméride. A Viagem, por sua vez, completará 30 anos em 2024. Ou seja, seria o momento perfeito para um retorno.
Pesa contra a escolha da produção o fato de que a direção da Globo teria vetado tramas de temática espírita, já que o canal pretende atrair um público evangélico. No entanto, a emissora negou que exista uma orientação nesse sentido. Pois bem: é a hora de provar que o canal realmente não vetou tramas espíritas e trazer de volta A Viagem na Edição Especial. São enormes as chances de êxito.