Em reprise nas tardes da Globo, Mulheres Apaixonadas tem enfrentando problema. A trama de Manoel Carlos derrubou o ibope do Vale a Pena Ver de Novo e vem registrando audiência abaixo do esperado, algo que já fez o autor revirar a história.

Dan Stulbach (Marcos) e Regiane Alves (Clara) em Mulheres Apaixonadas
Dan Stulbach (Marcos) e Regiane Alves (Clara) em Mulheres Apaixonadas (divulgação/Globo)

Até o momento, a história protagonizada por Christiane Torloni (Helena) está com média parcial de 15,4 pontos, quase dois a menos que a reprise antecessora, O Rei do Gado (1996), que fechou com média geral de 17,3 pontos.

O mesmo problema afetou o folhetim em sua exibição original no horário das 21h, em 2003. Naquela época, a produção enfrentou uma fase turbulenta logo nas primeiras semanas, com a queda dos índices.

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Manoel Carlos se irritou

Carolina Dieckmann, Reynaldo Gianecchini e Vera Fischer - Laços de Família
Carolina Dieckmann, Reynaldo Gianecchini e Vera Fischer em Laços de Família (divulgação/Globo)

Mulheres Apaixonadas começou o mês de março daquele ano com péssima audiência, chegando a marcar 32 pontos, número que era considerado baixíssimo naquela época.

O cenário, no entanto, não preocupava Manoel Carlos. Em entrevista ao jornal O Globo do dia 30 de março de 2003, o autor afirmou que estava satisfeito com o Ibope da novela e que esperava atingir a meta de 45 pontos em breve.

“O comportamento da audiência está igual ao de Laços de Família (foto acima) e Por Amor. A média das minhas novelas sobe gradativamente”, pontuou.

Com capítulos mais movimentados, a novela reagiu ainda naquele mês. Mas o novelista negou que tenha alterado a história por conta dos números do Ibope.

“Meu ritmo é esse mesmo. Eu faço a novela que sei e quero fazer, e não a que outras pessoas acham que eu devo fazer”, disparou.

Mudanças reagem audiência

Mulheres Apaixonadas - Carolina Kasting
Carolina Kasting como Laura em Mulheres Apaixonadas (Reprodução / Globo)

Dois meses depois, reportagem da Folha de S. Paulo do dia 31 de maio de 2003 informou que Mulheres Apaixonadas já tinha a maior da faixa das nove desde 2000. Naquela ocasião, alguns capítulos chegavam a 50 pontos.

Com 84 capítulos levados ao ar, o folhetim estava com 44 pontos de média parcial. O número superou o registrado pelas antecessoras no mesmo período: Esperança (41 pontos), O Clone (43 pontos) e Porto dos Milagres (40 pontos).

Naquele momento, o escritor tinha apelado para várias sequências fortes que vinham acontecendo desde a baixa, em março. A primeira cena impactante foi a que Laura (Carolina Kasting) atropela Rodrigo (Leonardo Miggiorin).

Depois, o novelista movimentou o folhetim com a surra de Dóris (Regiane Alves), a sequência em que Heloísa (Giulia Gam) esfaqueia Sérgio (Marcello Anthony) e o drama de Raquel (Helena Ranaldi) sendo espancada por Marcos (Dan Stulbach).

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Autor de olho no ibope

Manoel Carlos
Manoel Carlos (João Miguel Júnior / Globo)

Em junho de 2003, Manoel Carlos confessou em entrevista ao jornal O Globo que ficava de olho no people meter (aparelho que mede a audiência) durante a exibição da novela.

“Sempre trabalhei com os olhos na audiência. Uma novela sem público não cumpre uma de suas finalidades, que é ser um entretenimento de massa. Ganho para isso”, declarou o novelista.

“Escrever novela das 21h é ter cargo de confiança. É como ter a chave do cofre da empresa. O autor tem que ter a consciência de que boa parte do faturamento da empresa depende do seu trabalho”, disse.

Depois do sufoco no início, Mulheres Apaixonadas fechou com média geral de 46,4 pontos. Resta saber se a história se repetirá no Vale a Pena Ver de Novo.

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Publicitário e roteirista, escreve sobre televisão desde 2013. Com passagem por diversos sites, atuou como redator, editor e repórter, função que proporcionou entrevistar grandes nomes. Um apaixonado por televisão, que ama novelas desde que se entende por gente.