A prática era comum no passado: o artista contratado podia escolher o papel que queria interpretar e em qual novela ou seriado gostaria de aparecer nas telas da Globo. Agora, com a nova política contratual da emissora, tem sido praticamente impossível manter essa atitude.

Com a reestruturação e a nova forma de contratação por obra certa, os atores que ainda seguem com acordos de exclusividade acabam aceitando os chamados da emissora. Tudo para não perderem as combinações vigentes.

Recusas motivam desligamentos e levam a conversas sobre contratos pontuais, por obra, como se especula que vai acontecer com nomes como o de Marina Ruy Barbosa (foto acima).

Ficou na casa, aceitou o chamado

Diante de tantas dispensas realizadas no último ano, onde nem os medalhões como Nívea Maria (foto acima) foram poupados, continuar como contratado da casa é um verdadeiro milagre. E, para não perder tal glória, o profissional precisa atender a convocação da direção quando é escalado para um papel. Sem essa de recusar esperando por algo melhor ou por não ter gostado do personagem.

A ordem na empresa é contar com cada vez menos atores em seu banco de elenco. Por isso, é inimaginável segurar na casa profissionais que recebem mas se recusam a prestar serviços e escolhem personagens.

Quem rejeita papéis é dispensado

Bianca Bin em joia rara

Foi por recusar papeis seguidamente que Bianca Bin (foto acima), que sempre emendava trabalhos anualmente no canal, teve seu contrato de exclusividade encerrado com a emissora.

Quem provavelmente terá o mesmo destino tão logo termine o seu acordo exclusivo deve ser Marina Ruy Barbosa. Desde que renovou o seu contrato, e olha que ela foi uma das poucas a conseguir tal feito, a atriz não apareceu mais em nenhuma novela. Ela tem se dado ao luxo de recusar protagonistas, se interessando apenas por participações minúsculas em séries do Globoplay.

Porém, o seu contrato termina somente em 2024 e, até lá, ela pode resolver correr atrás do prejuízo.

Também existem os atores que pedem para sair por não concordarem com um novo acordo proposto, como foi o caso de Antônio Fagundes (foto acima). Ele não aceitou gravar todos os dias da semana e acabou fora de Pantanal, onde interpretaria o Velho do Rio.

O fato é que acabou a festa de ficar anos recebendo sem trabalhar. Agora, ou o ator fica na emissora, recebe, mas faz o que lhe é proposto, ou fica fora do canal e é contratado por obra, recebendo apenas pelo trabalho prestado. Este sim, pode escolher no que deseja atuar, mas tão logo termine o projeto, está mais uma vez sem vínculo empregatício e precisa correr atrás dos próprios projetos.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor