A Globo estreou no dia 10 de agosto um formato inédito no Brasil.: uma disputa entre pessoas famosas mascaradas. Mas o objetivo não era analisar quem cantava melhor, como já acontece em tantos outros programas; mas, sim, adivinhar a identidade dos participantes.

As chamadas da até então nova atração não empolgavam e até provocavam uma má impressão do que estaria por vir. Mas não é que o The Masked Singer Brasil se mostrou uma agradável surpresa?

O programa estreou cercado de desconfianças, a começar pelo título de difícil ‘entendimento’ para o público que não domina bem o inglês. E o formato tinha boas chances de cair no ridículo. É verdade que o ‘talent show’ – baseado no formato original sul-coreano King of Mask Singer – faz sucesso mundo afora, mas nem sempre o que funciona no exterior dá certo no Brasil.

Só que a emissora, em parceria com Ivete Sangalo, realmente fez uma ótima aquisição: deu e muito.

Química entre os jurados

Comandado por Ivete e tendo Rodrigo Lombardi, Taís Araújo, Simone e Eduardo Sterblitch no júri, a atração – uma coprodução da Globo com a Endemol Shine Brasil – foi um sucesso de audiência e turbinou os índices da Globo às terças-feiras.

Tanto que o programa nunca sofreu qualquer ameaça de A Fazenda 13, que estreou com a disputa já em andamento e com boa repercussão nas redes sociais. E vale lembrar que o reality da Record costuma atrapalhar a líder e venceu o The Voice Brasil ano passado quase todas as vezes.

A simplicidade da atração e o clima descontraído conquistaram os telespectadores, que foram logo atraídos pela curiosidade a respeito da identidade dos participantes. Mesmo que listas sobre os nomes por trás de cada fantasia tenham sido publicadas em vários sites, o interesse do público não diminuiu e vale ressaltar que muitos nomes divulgados com antecedência não eram verdadeiros. Por incrível que pareça, até mesmo as figuras mais óbvias (que não conseguiam disfarçar a voz nem mesmo com o recurso eletrônico, vide Sandra de Sá e Marrone) despertavam atenção até serem reveladas.

A química dos jurados foi mais um êxito do programa. Aliás, a combinação era bem improvável. Quem cogitaria juntar Taís Araújo, Rodrigo Lombardi, Simone e Eduardo Sterblitch? Mas funcionou.

Taís foi a melhor escolha. Sem papas na língua, a atriz claramente se divertiu em todos os episódios e cometeu muitas gafes impagáveis, como a vez que chutou o nome de Fernanda Souza para identificar a então mascarada Sandrá de Sá, que tinha acabado de revelar seu ‘amor’ pelo cantor Thiaguinho. Edu também se empolgava a cada apresentação e entendeu bem o intuito de sua presença ali. Rodrigo e Simone foram mais discretos, mas compuseram bem o time, que ainda contou com algumas participações ao longo das semanas, como Mariana Ximenes, Ana Maria Braga e Fernanda Gentil.

Vitória incontestável

Após várias eliminações – Sidney Magal de Hot-Dog; Renata Ceribelli de Brigadeiro; Marcelinho Carioca de Coqueiro; Marrone de Boi-Bumbá; Alexandre Borges de Onça Pintada; Sandra de Sá de Girassol; Sérgio Loroza de Astronauta e Mart’nália de Jacaré -, a final foi composta por Monstro, Arara, Unicórnio e Gata Espelhada.

Aliás, o capricho das fantasias merece um elogio à parte. A vitoriosa foi Priscila Alcântara, justamente a candidata mais óbvia e que foi ‘descoberta’ como Unicórnio logo na estreia.

Mas sua qualidade vocal é realmente incontestável, ainda que não seja uma disputa da melhor voz. Cris Vianna e Jéssica Ellen emocionaram como Arara e Gata Espelhada, enquanto Nicolas Prattes divertiu demais como Monstro.

O The Masked Singer Brasil é a nova ‘galinha dos ovos de ouro’ da Globo. O formato tem tudo para ter uma vida longa e estreou com o pé direito.

Se mostrou um entretenimento de qualidade e uma das melhores novidades da emissora.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor