André Santana

Uma das novidades anunciadas pela Globo para 2023 é a volta do Linha Direta. O programa que busca criminosos foragidos da polícia fez muito sucesso na programação da emissora, sobretudo entre 1999 e 2007, quando foi apresentado por Marcelo Rezende e Domingos Meirelles. Agora, será Pedro Bial o responsável pela condução da atração, acumulando suas funções com mais dois programas: Conversa com Bial e Som Brasil.

Curiosamente, o jornalista se desdobrará em três atrações diferentes ao longo do ano que vem, ao mesmo tempo em que a Globo abre mão de várias de suas estrelas. Muitos apresentadores foram dispensados ou optaram por deixar a emissora nos últimos anos.

Nomes como Faustão, Tiago Leifert, André Marques, Cissa Guimarães, Zeca Camargo, Ana Furtado e Angélica deixaram a Globo nos últimos anos. Ao mesmo tempo, a emissora fez apenas uma grande contratação neste período, que foi o apresentador Marcos Mion.

Geladeira

Além disso, a emissora tem em seu elenco nomes pouco aproveitados, como Fernanda Lima, Fernanda Gentil ou Sandra Annenberg. E mais: a Globo tem estrelas que batem ponto poucas vezes por ano, como Tadeu Schmidt no BBB e, agora, Fátima Bernardes no The Voice Brasil.

Ou seja, enquanto Pedro Bial amplia sua presença no vídeo, outros apresentadores e jornalistas veem seus espaços reduzidos. O momento que o apresentador vive lembra bastante os tempos em que Tiago Leifert acumulava programas, apresentando BBB, The Voice, Zero1, Central da Copa e etc.

Otimização de talentos

Apesar de acumular três programas em 2023, a presença de Bial não será tão intensa assim. Afinal, Som Brasil é um especial esporádico. Quanto ao Linha Direta, não se sabe ainda como será a periodicidade, mas, atualmente, a linha de shows da Globo exibe programas de temporada. Ou seja, o programa deve ter um número limitado de episódios.

Ainda assim, chama a atenção o fato de a Globo dar amplo espaço a algumas estrelas e “esquecer” tantas outras na geladeira. Seria interessante pensar numa maneira de otimizar estes tantos talentos e valorizá-los mais.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor