Antes de bater o martelo e resgatar A Favorita (2008), que embalou a audiência do Vale a Pena Ver de Novo, a Globo cogitou outra novela de sucesso para substituir a segunda reapresentação de O Clone (2001).
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Vale Tudo (1988) foi a trama considerada para a vaga do folhetim de Gloria Perez. O enredo assinado por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères acabou preterido pela narrativa de João Emanuel Carneiro.
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Clássico da TV brasileira
Vale Tudo foi a novela responsável por lançar a pergunta que, ainda hoje, mobiliza os brasileiros: quem matou Odete Roitman? O acontecimento em torno da personagem defendida por Beatriz Segall dominou a audiência e a crítica.
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Seria interessante observar como o público da TV aberta reagiria à trama, exibida na Globo pela última vez em 1992, dentro do Vale a Pena Ver de Novo. Posteriormente, a produção marcou presença no Canal Viva.
Na TV paga, Vale Tudo atraiu saudosistas e o público jovem, tornando-se o primeiro grande sucesso do Viva – mesmo veiculada à 0h45. Em 2018, o canal resgatou o folhetim, às 15h30, comemorando os 30 anos da primeira transmissão.
Imagem ruim
De acordo com o portal Notícias da TV, a Globo solicitou à curadoria de conteúdo que fizesse um estudo de viabilidade de Vale Tudo antes de oficializar o seu retorno.
Foi por este motivo que a emissora levou tempo para anunciar a substituta de O Clone. Os apontamentos, porém, implicaram no cancelamento da novela. A análise, que levou cerca de um mês, constatou que a imagem da trama destoava demais do atual padrão da casa.
Persona non grata
A imagem escura poderia afastar espectadores mais “resistentes”. Uma aposta, de fato, arriscada em um título cuja imagem perde qualidade em aparelhos repletos de aparatos tecnológicos…
Cabe salientar que Vale Tudo é extremamente popular e festejada pelo público, que, além de Odete Roitman, guarda lembranças do conflito entre Raquel (Regina Duarte) e Maria de Fátima (Gloria Pires).
A presença de Regina, aliás, também inviabilizou o resgate da produção. É que a atriz saiu da Globo de forma conturbada, visando um cargo no governo Jair Bolsonaro. Sendo assim, optou-se por A Favorita, cujo elenco segue bem quisto pelo canal e pelo público.
A Favorita em alta
De qualquer forma, a aposta em folhetins antigos seria extremamente interessante. Tanto para aumentar a quantidade de obras disponíveis para o Vale a Pena Ver de Novo, que tem privilegiado apenas produções das nove, quanto para evitar a volta de novelas exaustivamente reprisadas.
Após A Favorita, a emissora resgatou O Rei do Gado (1996), clássico de Benedito Ruy Barbosa, que já ocupou a sessão em 1999 e 2015.