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Em 2016, animados com a repercussão dos remakes de programas de sucesso como Globo de Ouro e Escolinha do Professor Raimundo, a Globo cogitou uma nova versão do Sítio do Picapau Amarelo.
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O projeto, porém, não saiu do papel. O infantil baseado na obra de Monteiro Lobato foi adaptado pela emissora em duas ocasiões: a primeira edição foi de 1977 a 2006; a segunda ficou no ar entre 2001 e 2007.
Vale a pena fazer de novo
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Com a nova Escolinha do Professor Raimundo, produzida em 2015, a Globo viu seus índices crescerem 50%. O resultado animou os executivos da Globo: a regravação conduzida por Bruno Mazzeo foi renovada por várias temporadas.
De acordo com matéria publicada pelo portal Notícias da TV, em 26 de setembro de 2016, o canal ficou tão feliz com o resultado que programou uma faixa só com versões atualizadas de antigos sucessos do humor, do auditório e da dramaturgia.
O Sítio do Picapau Amarelo constava na lista, assim como o Cassino do Chacrinha e Os Trapalhões. Tal qual a Escolinha, todos os projetos seriam realizados em parceria com o Canal Viva.
Ricardo Waddington, então diretor de gênero da Globo, estava encarregado das produções. Na época, ele respondia por atrações de fim de semana, como o Domingão do Faustão e o Altas Horas.
Deu ruim
Das três propostas, apenas duas saíram do papel. Os Trapalhões ganhou uma temporada de 10 episódios, com a participação de dois membros do elenco original, Renato Aragão e Dedé Santana. A continuidade foi descartada devido à má recepção de público e crítica.
O novo Cassino do Chacrinha foi convertido em especial. Chacrinha, Eterno Guerreiro foi exibido em agosto de 2017, em comemoração ao centenário de Abelardo Barbosa. Stepan Nercessian, que viveu o Velho Guerreiro no teatro e no cinema, respondeu pela apresentação.
A atualização do Sítio do Picapau Amarelo acabou engavetada. Caso fosse ao ar, o programa seria o mais próximo possível dos originais de Monteiro Lobato, prezando pelas histórias criadas por ele.
Outras passagens pelo Sítio…
A versão anterior do Sítio compreendia um formato próximo ao das novelas infanto-juvenis, inserindo os clássicos personagens da série – como Dona Benta, Tia Nastácia, Visconde de Sabugosa e Emília – em contextos diferentes das obras de Monteiro Lobato.
Cabe lembrar que a primeira adaptação do Sítio do Picapau Amarelo foi feita pela Tupi, em 1952. O psiquiatra Júlio Gouveia respondeu pelos textos, os primeiros da TV a incluir ações de merchandising. Em 1967, ele e a esposa Tatiana Berlinky reeditaram o programa na Band.
A retomada durou pouco. As gravações fora dos estúdios, em um sítio alugado pela produção, exigiam muitos takes. A insatisfação foi geral; o programa chegou ao fim, com baixa audiência, em 1969.
A Cultura também contou com a sua adaptação, em 1964. A atração, porém, teve vida curta. Anos depois, o canal educativo reapresentou os episódios produzidos pela Globo – o da mais famosa versão do Sítio do Picapau Amarelo.
A emissora estruturou o programa com o auxílio de educadores e consultores, tornando o Sítio tão atrativo quanto educativo. No ar de segunda a sexta-feira, sempre às tardes e com reapresentações pela manhã, o Sítio 1977-1986 chegou a ser reconhecido pela Unesco como um dos melhores infantis do mundo.
Por fim, o Sítio do Picapau Amarelo voltou à tela da Globo em 2001, com Nicette Bruno como Dona Benta, Dhu Moraes interpretando Tia Nastácia, Cândido Damm responsável por Visconde de Sabugosa e a então menina Isabelle Drummond encarregada da boneca Emília.