O fracasso de Um Lugar ao Sol (2021), trama estrelada por Andreia Horta, Cauã Reymond e Alinne Moraes (foto abaixo), não ofuscou a obra de Lícia Manzo, uma das mais elogiadas autoras de novelas da Globo dos últimos anos. Tanto que a novelista já está confirmada de volta à faixa que a consagrou, a das seis.
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Responsável pelos êxitos A Vida da Gente (2011) e Sete Vidas (2015), a autora volta ao horário com O País de Alice, trama que vai substituir o remake de Elas por Elas a partir do ano que vem.
Novo trabalho
Depois de concluir Um Lugar ao Sol, Lícia Manzo se viu na mira dos cortes da Globo. A emissora, que dispensou autores do naipe de Maria Adelaide Amaral, Vincent Villari e Alcides Nogueira, também cogitou abrir mão do trabalho de Lícia. No entanto, pouco tempo depois, ela foi convidada para apresentar uma nova sinopse para a faixa das seis e, com isso, escapou da demissão.
Com a sinopse devidamente aprovada, Lícia Manzo já trabalha em O País de Alice, título de sua próxima novela. A trama já está confirmada para substituir Elas por Elas no primeiro trimestre de 2024.
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De acordo com a coluna Play, do jornal O Globo, a ideia inicial da emissora era repetir a dobradinha de Um Lugar ao Sol e escalar Mauricio Farias para dirigir a nova obra. No entanto, o profissional atualmente se dedica à Pedaço de Mim, uma espécie de novela produzida para a Netflix. Com isso, Natália Grimberg, de Cara e Coragem (2022), deve assinar a direção.
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Histórico de sucesso
Lícia Manzo estreou na Globo como roteirista de programas de humor, como Os Trapalhões (1992), Sai de Baixo (1996) e A Diarista (2004). Sua estreia em folhetins foi como colaboradora em Malhação (de Ricardo Hofstetter, em 2003 e 2004) e Três Irmãs (de Antonio Calmon, em 2009).
Mas foi como autora da série Tudo Novo de Novo (2009), com supervisão de Maria Adelaide Amaral, que sua “carreira solo” deslanchou. Logo em seguida, ela emplacou A Vida da Gente, sua primeira novela, considerada um grande êxito.
A trama estrelada por Fernanda Vasconcellos e Marjorie Estiano chamou a atenção por ser baseada em conflitos psicológicos, com tom de crônica cotidiana, o que levou Lícia a ser comparada a Manoel Carlos. A novela se tornou uma das mais exportadas da Globo e até ganhou uma reprise na faixa das 18h durante a pandemia da Covid-19, em 2021.
Três anos depois, a autora emplacou Sete Vidas, outra trama aclamada pela crítica na faixa das 18h. Com Débora Bloch e Domingos Montagner (1962-2016) nos papéis principais, a novela se destacou pela maneira engenhosa e delicada de como tratou das novas configurações familiares.
Turbulências
Apesar da carreira vitoriosa como autora de novelas, Lícia Manzo passou por alguns perrengues na profissão. A novelista se viu, mais de uma vez, diante da indecisão da Globo, que modificou os planos de algumas de suas obras.
Isso aconteceu com Sete Vidas, que, antes de entrar na fila da faixa das seis, foi considerada para o horário das 23h. No ano seguinte, ela escreveu Jogo da Memória, outra novela cotada para a faixa das onze. No entanto, a trama acabou adiada, depois transformada numa minissérie e, por fim, engavetada.
Mas seu maior desafio foi a “promoção” para o horário nobre. Confirmada como a sucessora de Amor de Mãe (2019), Um Lugar ao Sol estava em gravações quando começou a pandemia. Com isso, ela teve os trabalhos suspensos e constantemente adiados.
Para retornar, a novela teve que enfrentar restrições. A trama teve seu número de capítulos reduzido, foi gravada com severos protocolos de segurança e, por fim, foi ao ar totalmente concluída e editada. Tudo isso prejudicou seu desempenho, fazendo de Um Lugar ao Sol a novela das nove menos vista da Globo, com 22,3 pontos de média.